A BlockFi solicitou ao Tribunal de Falência dos Estados Unidos uma autorização para os clientes poderem sacar suas criptomoedas. Conforme um e-mail enviado pela empresa na segunda-feira (19), a medida faz parte do processo de recuperação judicial previsto no Capítulo 11.
Inicialmente, a autorização valerá para clientes que possuem criptomoedas na BlockFi Wallet, mas não nas contas de juros. Além disso, o pedido inicial vale somente para clientes dos EUA. Mas a empresa afirmou que pretende estender a solicitação para a BlockFi International, que atende clientes do resto do mundo.
“Este é um passo necessário para garantir um tratamento justo a todos os clientes e que a interface do usuário reflita adequadamente os ativos digitais nas contas da carteira a partir da pausa, para que a BlockFi possa honrar todas as solicitações de saque das contas da carteira adequadamente”, disse a empresa.
De acordo com a BlockFi, a primeira audiência a respeito do pedido ocorrerá em 9 de janeiro de 2023, em um tribunal de Nova Jersey.
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Na busca de um acordo
O pagamento dos clientes das contas é um passo a mais na recuperação judicial da BlockFi, que começou em 28 de novembro, há exatas três semanas. Com o colapso da FTX, a empresa de empréstimos teve problemas de liquidez e não conseguiu arcar com os pagamentos aos clientes.
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Antes disso, em 11 de novembro, a empresa bloqueou os saques, impedindo os clientes de retirarem seu próprio dinheiro. Como resultado do pedido de recuperação judicial, o tribunal bloqueou os fundos como parte do processo de recuperação.
A BlockFi possui dois tipos de contas. Uma é a BlockFi Interest Account (BIA), que é a conta que paga rendimentos em si. A outra é a BlockFi Wallet, um serviço de carteira que a empresa disponibiliza para seus clientes. Esse serviço é uma carteira custodial – ou seja, a BlockFi tem as chaves privada – que os usuários podem utilizar para movimentar fundos para a BIA.
De acordo com a BlockFi, os fundos da conta de carteira não pertencem à empresa, mas aos clientes. A empresa cita seus próprios termos, afirmando que “as criptomoeda mantidas em sua carteira BlockFi devem permanecer com você o tempo todo e não deve ser transferidas para a BlockFi”.
“Os devedores não têm interesse legal ou equitativo nas criptomoedas que estava presente nas Contas da Carteira a partir da queda da Plataforma. Logo, os clientes devem poder retirar tais ativos da plataforma, se assim o desejarem”, afirma o processo.
Se o tribunal der ganho de causa e autorizar os saques, os clientes poderão recuperar pelo menos parte do dinheiro que deixaram alocado na empresa.