Em termos econômicos moeda desempenha três funções: reserva de valor, meio de pagamento e unidade de conta.
Muitos especialistas não dão valor as criptomoedas, utilizando afirmações de que elas não cumprem as funções dos dólares, euros, reais e de outros papéis fiduciários, e que simplesmente são bolhas especulativas (os mesmos falaram que a OGXP3 era bom investimento), mas será que o bitcoin cumpre essas funções ou poderá cumprir-las futuramente? Veja abaixo caso á caso:
Até 2008 se precisávamos movimentar dinheiro tínhamos poucas opções, guardar em um banco e esperar que ele não quebre (rendendo no máximo 8% ano na poupança), principalmente os americanos e os gregos (nos EUA mais de 25 bancos faliram ou fecharam enquanto na Grécia vários fechavam durante a semana para não haver saques e assim evitando queda de liquidez). A outra forma era deixar a grana em um cofre ou debaixo de um colchão, mas praticamente a inflação acabaria com o seu poder de compra.
Com o bitcoin, nós podemos guarda-los de três formas:
Exchange: NÃO É CARTEIRA! Utilize só para comprar ou vender.
Além da segurança é o seu valor é definido pelo livre mercado, as pessoas estão cada vez mais dispostas a ter bitcoin (aumentando a demanda aumenta a valorização) e total independência na emissão sem depender de um banco central ou governo.
No whitepaper “Bitcoin: A peer-to-peer Eletronic Cash System” Satoshi Nakamoto indica a função de meio de pagamento.
“Uma versão puramente ponto-a-ponto de dinheiro eletrônico pode permitir o envio de pagamentos online diretamente de uma parte a outra sem ser através de uma instituição financeira”.
No dia 22 de maio de 2010 o programador Laszlo Hanyecz pagou 10 mil bitcoins em 2 duas pizzas, no ano de 2011 o site Silk Road que tinha vendas anuais em torno de 22 milhões de dólares aceitava bitcoin, depois do ano de 2013 as grandes empresas como Microsoft, Dell, PWC e Steam (está aceita no brasil, eu mesmo já comprei alguns jogos utilizando BTC) entre tantos outras médias e pequenas empresas que aceitam a criptomoeda, porém a maioria delas utilizam serviços que convertem em dólar como o bitpay (https://bitpay.com).
No Brasil nós temos o real como referência na precificação de bens e serviços, unidade que utilizamos para calcular o valor que será cobrado. Então se você for em um supermercado e querer comprar um panetone o valor dele vai constar em reais, por exemplo R$50,00, mas poderia ser 0.001 Satoshi ou 0.001 BTC.
Hoje pela grande variação do bitcoin, a cadeia produtiva (matéria prima – indústria – comércio) não utiliza criptomoeda como base de valor para suas transações financeiras, iriamos nos sentir nos anos 80 e 90 com atualizações constantes de preços impossibilitando a utilização como unidade de conta
Na contabilidade só posso registar em um balanço o valor em real, em bitcoin no máximo será constado em uma nota explicativa para a quantidade referente em ativo se necessário.
Atualmente temos no mínimo 50 trilhões de dólares existentes no mundo (total de papel moeda fiduciária, sem contar carteiras de crédito, poupança ou outros ativos) e neste momento o valor de US$ 337.664.452.325,00, um pouco mais de trezentos bilhões de dólares, representa ao mercado total de criptomoedas (corresponde a mais de 900 criptos, sendo que 15 tem um mercado acima de um bilhão de dólares).
Comparando os dois mercados as criptos representam hoje menos que 0,1% do mercado do dólar, e o total da utilização pela população cresce diariamente. No momento o bitcoin é um ativo digital, ainda falta muitos caminhos a serem percorridos até a sua ampla utilização e assim ser uma unidade de conta.
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