O preço do Bitcoin (BTC) caminha para fechar o mês de setembro no vermelho. De acordo com dados do Bybt, a criptomoeda registrou queda de 8,85% até as 15h desta quinta-feira (30).
Este resultado é a terceira maior desvalorização para setembro desde o início da série histórica, em 2011. A queda também estabelece uma sequência bastante negativa: desde 2017 o BTC não apresenta valorização neste mês. A última alta foi de 6,04% registrada em 2016.
Já as maiores quedas foram de 1338% (2019) e 19,01% (2014%). Dessa forma, o mês de setembro torna-se o mês com maior quantidade de retornos negativos na história do BTC: sete no total. Porém, o que esta estatística pode fornecer para analisar o futuro do mercado?
Pouco histórico dificulta análises
O CriptoFácil conversou com os especialistas Felipe Escudero (BitNada) e Wellington Silva (WS Trader). Ambos concordam em um ponto: o histórico de preço do BTC ainda é muito curto para determinar se um mês é historicamente pior do que o outro.
Escudero destacou que a queda é relevante, mas é muito pequena perto dos retornos de médio prazo que o BTC trouxe. Somente em 2021, a criptomoeda ainda tem um desempenho positivo de 58%
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“Fechando o mês na região de US$ 40 mil, o Bitcoin fica negativo em cerca de 10%. O que é pouco relevante para um ativo que sobe 1.600% em meses e cai 50% em dias”, disse Escudero.
Para Silva, o raciocínio de que um mês é mais negativo para o BTC pode resultar na lógica inversa. Isto é, também seria possível inferir que alguns meses são mais rentáveis. No entanto, a falta de uma amostra mais ampla não permite tornar esta evidência como um padrão 100% exato.
“Se levarmos essa estatística em consideração, seria possível dizer o BTC tem mais chances de se valorizar em outubro, afinal o preço possui mais fechamentos positivos do que negativos. Mas uma coisa não é necessariamente relacionada com a outra. Não há um mês específico que seja mais propenso à alta do que a baixa”, explicou o trader.
Abertura é mais importante que fechamento
De fato, é impossível prever qual será o desempenho do BTC ao longo do mês, mas isso não significa que não existem dados que possam orientar o investidor. Um desses dados não tem a ver com o fechamento do mês, mas sim com a sua abertura.
Na visão de Silva, o movimento do BTC durante o primeiro dia do mês é mais importante do que no último. Nesse sentido, o desempenho de preço todo dia 1 tem, sim, um viés estatístico mais acurado.
“Eu acho mais importante olhar para o primeiro dia do mês. Já fiz várias estatísticas e o primeiro dia é muito mais relevante para definir o que vai acontecer no restante do mês. Se houver uma alta muito relevante – digamos, maior que 2,5% – o mês tende a ser de alta para o BTC. Porém, se houver uma queda superior a 2,5% no primeiro dia, então o desempenho do mês tende a ser negativo”, disse.
Outro ponto de atenção diz respeito ao comportamento dos grandes investidores. Muitos deles aproveitaram a queda de setembro para ir às compras. Apenas a terceira maior baleia do mercado realizou 15 compras em setembro, uma média de uma compra a cada dois dias. E ainda existem investidores que comprar mais barato e, portanto, podem realizar grandes vendas.
“Acredito que o movimento de longo prazo continue sendo de alta. Mas é importante entender que tem muito investidor que comprou abaixo de US$ 20 mil e hoje está com muito lucro. Precisamos ficar atentos no apetite destes investidores a realizarem seus lucros”, alerta Escudero.
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