O Banco de Compensações Internacionais (BIS) divulgou um relatório sobre a desvalorização do mercado de criptomoedas. E de acordo com os dados, o banco aponta que os brasileiros estão entre os que mais perderam dinheiro com as quedas do mercado.
Intitulado Crypto shocks and retail losses (choque cripto e perdas no varejo, em tradução livre), o documento abrange dados entre agosto de 2015 a dezembro de 2022. E mesmo com a forte valorização das criptomoedas, o BIS aponta que a maioria dos investidores sofreu perdas nesse período.
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Perdas pós-2022
Inicialmente, o BIS traz os vários dados positivos do mercado nos sete anos de abrangência do relatório, como o forte aumento no número de usuários de criptomoedas. E, claro, a valorização no preço do Bitcoin (BTC).
“Entre agosto de 2015 e seu pico em novembro de 2021, o preço do bitcoin subiu de US$ 250 para US$ 69.000. Enquanto isso, o número médio de usuários ativos diários cresceu de cerca de 100 mil para mais de 30 milhões em todo o mundo. Durante os rápidos aumentos de preços no final de 2017 e início de 2021, as criptomoedas receberam cerca de 100 milhões e 500 milhões de novos usuários”, diz o relatório.
Como era de se esperar, o relatório aponta o colapso do ecossistema Terra como um dos catalisadores dessas fortes perdas. O BIS aponta que as negociações do mercado aumentaram após o fim da rede Terra, com a maioria dos grandes investidores vendendo suas criptomoedas.
Ao mesmo tempo, os pequenos investidores passaram a comprar mesmo com a queda de preços. E é justamente a partir daí que, segundo o BIS, os maiores prejuízos começaram.
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Falta de timing
Conforme explica um dos gráficos do documento, muitos investidores começaram a comprar BTC depois que o preço superou US$ 20 mil. No gráfico abaixo, o Brasil e a Turquia, por exemplo, estão à frente nesta estatística.
Percentual de usuários que baixaram um aplicativo com o BTC acima de US$ 20 mil. Fonte: BIS.
Além de Brasil e Turquia, países como Índia, Paquistão e Hong Kong também adotaram padrões de compra semelhantes. De acordo com o BIS, em quase todas as economias da amostra do relatório, a maioria dos investidores provavelmente perdeu dinheiro com seus investimentos em BTC.
Do tempo que os investidores levaram para baixar os aplicativos até dezembro de 2022, cada pessoa investiu em média US$ 900. Mas o investidor médio perdeu em média US$ 431 no mesmo período, ou seja, quase metade do total.
“Notavelmente, essa participação é ainda maior em várias economias de mercado emergentes, como Brasil, Índia, Paquistão, Tailândia e Turquia. Se os investidores continuassem a investir mensalmente, mais de 80% dos usuários teriam perdido dinheiro”, apontou o BIS.
Portanto, os dados do BIS apontam que não basta apenas investir em criptomoedas, mas é importante ter uma boa estratégia para isso. Em muitos casos, o timing errado pode fazer alguém ter que vender com grande prejuízo e, com isso, entrar na estatística de perdas.