Na última terça-feira (9), a Binance Smart Chain (BSC) conseguiu um grande feito. Pela primeira vez, a rede blockchain da Binance superou o Ethereum em número de transações diárias.
A BSC atingiu a marca de 1,6 milhão de transações. Foi um recorde histórico ocorrido na própria rede.
Recentemente, a Binance Coin (BNB) também quebrou suas máximas históricas. A criptomoeda atingiu os US$ 100 pela primeira vez. Como o BNB é o token utilizado na BSC, sua valorização reflete a alta demanda pela rede.
O CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, comemorou o feito pelo Twitter. Ele destacou principalmente as baixas taxas da BSC em relação ao Ethereum.
De fato, as baixas taxas da BSC têm chamado a atenção da comunidade. O preço médio por transação na BSC foi de irrisórios US$ 0,04 (R$ 0,22 na cotação atual). Já no Ethereum, o valor médio pode chegar a US$ 5,36 (R$ 28,40), quase 100 vezes maior.
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Ethereum pode virar rede de “elite”
Com mais transações e taxas menores, será que a BSC está em posição de desafiar a ETH? Especialmente no âmbito das finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês).
O alto custo de transação pode ser inviável para projetos e investidores de menor porte. É o que afirma Wellington Silva, da WS Trader, parceira do CriptoFácil.
“O que percebemos foi que a BSC teve uma alta demanda nas transações, mas as taxas continuaram muito baixas. Para um novo investidor, ter que gastar R$ 50 em uma transação para comprar R$ 200, R$ 300 por mês é muito desestimulante. Por isso acredito que a BSC vai ganhar cada vez mais mercado”, disse.
Para ele, a BSC pode captar pelo menos um terço do mercado DeFi. E o Ethereum pode correr o risco de tornar-se uma rede destinada a “grandes investidores”, uma pequena elite.
“Não vejo que a ETH vai morrer e ser trocada totalmente pela BNB, mas acho que a BNB tem potencial para pegar 20 ou 30% do mercado de DeFi no médio e longo prazo. Caso as taxas da ETH não sejam reduzidas, ela vai se tornar uma rede para grandes investidores que buscam uma rede mais segura, estável, porém que cobre mais caro. E o pequeno investidor vai para BSC e aproveitar a rede com mais descentralização e taxas muito mais baixas”, alertou Silva.
BSC tem perfil diferente do Ethereum
Já Felipe Sant’Anna, da Paradigma Education, tem uma visão diferente. Para ele, a BSC e o Ethereum possuem perfis diferentes. E não está havendo migração de uma para a outra.
“Não vejo projetos tracionados de DeFi migrando para a Binance Chain. O que vejo são réplicas de produtos bem sucedidos na Ethereum sendo financiadas e experimentadas por lá. A estrutura da Binance e rede de parceiros contribuem com volume, mas o perfil de uso é outro. Muito mais market maker aproveitando subsídio inflacionário e muito menos usuários usando pra trocar tokens”, afirmou.
Ele também citou o risco das taxas mais baixas. Em sua visão, a BSC precisa ter vantagens mais duradouras para poder bater de frente com o Ethereum – e as taxas não seriam uma delas.
“Estou de olho pra ver quais vantagens duradouras podem despontar do uso da Binance Chain. Taxas altas são temporárias, o que segura usuários no “ecossistema da Ethereum” é a variedade de opções. E isso não se constrói do dia pra noite”, finalizou.
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