Depois de anos conversando sobre, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está testando pela primeira vez uma blockchain para registros de propriedades, divulgou a Coindesk nesta segunda-feira, 28 de outubro.
No próximo mês, o BID implementará um projeto-piloto com duração de dois anos para colocar o registro de terras e empréstimos de três países da América Latina, Bolívia, Peru e Paraguai, em uma blockchain.
Como a maior fonte de financiamento para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe, o BID tem sido otimista quanto ao uso da tecnologia blockchain para registros de propriedades, apesar dos altos custos de projetos de blockchain que possuem retornos às vezes incertos.
A organização está trabalhando com a startup de blockchain ChromaWay e a empresa boliviana de serviços de TI Jalasoft para testar a tecnologia nos três países, com planos de estender o teste para outras partes da América do Sul.
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“Precisamos trabalhar com nossos governos na América Latina para mostrar a eles o potencial da tecnologia. A questão é muito abstrata para eles e a melhor maneira de ensiná-los sobre essa tecnologia e de interessá-los é mostrar como funciona do zero”, disse Eirivelthon Santos Lima, diretor de projeto da divisão de meio ambiente, desenvolvimento rural e gerenciamento de riscos de desastres da JID em La Paz, Bolívia.
O BID espera que a blockchain da ChromaWay possa ajudar a aliviar o ônus dos esforços para estabelecer títulos de propriedade adequados nos países da América Latina, região que carece desse tipo de registro especialmente entre os mais pobres. Os custos podem chegar a valores entre US$50 milhões a US$100 milhões por projeto, acrescentou Lima.
Esses projetos geralmente envolvem bancos coletando informações legais de agricultores e moradores de cidades, bem como informações técnicas sobre propriedades para criar um registro adequado da propriedade da terra que coíba riscos como a venda informal e não registrada de propriedades.
Por meio de seu braço de pesquisa e desenvolvimento, o BID Lab, o banco está investindo US$600 mil no projeto. A primeira fase explorará como conectar registros de propriedades na blockchain de uma maneira que crie mais confiança e também qual tipo de blockchain utilizar.
O banco dependerá de padrões da tecnologia desenvolvida pelo BID Lab e LAC-ChaiN, uma aliança para promover o uso da blockchain na América Latina e no Caribe. Ele também usará a especificação do World Wide Web Consortium (WC3) para reivindicações verificáveis e identificadores descentralizados.
Conforme relatou o CriptoFácil, o governo de Ruanda firmou uma parceria com a Overstock em 2018 para lançar um serviço que registra direitos de propriedades no país africano.
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