Após apertar o cerco em direção aos criptoativos e tentar promover a regulamentação de startups de blockchain, a China já definiu o seu próximo alvo: os airdrops.
Airdrop é um evento caracterizado pela distribuição gratuita de tokens. Essa forma de distribuição geralmente é utilizada por empresas para promover seus serviços ou para criar holders, gerando liquidez em suas criptomoedas. E essas distribuições estão na mira do Banco do Povo da China (PBoC), o banco central chinês.
Em seu relatório de estabilidade financeira para 2018, divulgado na última sexta-feira, 02 de outubro, o PBoC disse que as ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês) “disfarçadas”, incluindo os airdrops, continuam crescendo em número, apesar dos esforços anteriores do banco para reprimir as vendas de tokens. Por exemplo, algumas empresas de criptoativos e blockchain estão movendo seus projetos para o exterior e usando agentes para investir em nome de investidores da China.
Outros projetos não estão emitindo tokens em público para levantar diretamente fundos, mas sim distribuindo tokens gratuitos enquanto reservam apenas uma parte da oferta total para venda. O PBoC acrescentou que essas empresas, então, tentam usar a especulação no mercado secundário para aumentar os preços desses tokens, afim de obter lucros.
Segundo as estatísticas do banco, existiam 65 ICOs completas na China até 18 de julho de 2017, das quais apenas cinco foram concluídas antes de 2017. Além disso, mais de 105 mil pessoas participaram das vendas, fornecendo financiamento total de cerca de 2,6 bilhões de yuans (US$377,3 milhões), o que representa mais de 20% da soma levantada globalmente pela modalidade, no mesmo período.
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O PBoC disse que precisa permanecer muito vigilante e coordenar-se com outras agências para monitorar a indústria de criptoativos, a fim de educar e proteger os investidores. A instituição tem tomado medidas para bloquear captação de recursos recebidos via ICOs desde setembro de 2017, quando proibiu abertamente essa modalidade de financiamento.
Em junho deste ano, um vice-governador do PBoC emitiu declarações fortes contra ICOs “disfarçadas” e reafirmou que o comércio de ativos é ilegal no país. Mesmo com a recente orientação do governo para permitir criptomoedas como meio de pagamento, a caça às ICOs ainda persiste.
Então, em agosto, a Associação Nacional de Finanças pela Internet da China (NIFA, na sigla em inglês), uma organização autorreguladora fundada pelo PBoC, adicionou uma categoria de “vendas de tokens” à sua plataforma para que o público pudesse relatar sobre ICOs potencialmente ilegais.
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