O Banco Central do Brasil (Bacen) segue de olho nas tendências de moedas digitais de bancos centrais (CBDC) em desenvolvimento no mundo. A instituição mira exemplos como a China e a Suécia, países que estão em estágios mais avançados dessa pesquisa.
Em uma declaração enviada ao Cointelegraph Brasil, o Bacen confirmou esses estudos. “Assim como os demais bancos centrais, o Banco Central do Brasil estuda o amplo e multifacetado tema de moedas virtuais”, destacou.
No entanto, o Bacen destacou que os estudos ainda estão em sua fase inicial. Assim, não há qualquer previsão de desenvolvimento ou implementação para uma CDBC lastreada no real brasileiro.
Em abril, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) destacou que as CBDCs podem se beneficiar da pandemia de Covid-19. A maior demanda por pagamentos digitais tende a impulsionar os estudos pela criação dessas moedas, afirmou a instituição.
Bacen estuda moedas digitais desde 2017
No Brasil, o tema não é exatamente novo. Desde 2017 existem indícios de que o Bacen estuda os efeitos de moedas digitais. Na ocasião, o ex-diretor Isaac Sidney afirmou que a condução da política monetária é um dos fatores estudados pelo banco.
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Um dos entusiastas do uso da blockchain no setor financeiro é o atual presidente do Bacen, Roberto Campos Neto. Em fevereiro de 2019, Campos Neto enviou uma carta ao Senado antes de sua nomeação. Nela, o então candidato explicou suas propostas para o sistema financeiro brasileiro, incluindo entre elas a blockchain.
“Tenho estudado e me dedicado intensamente ao desenho de como será o sistema financeiro do futuro. Participei de estudos sobre blockchain e ativos digitais. Uma das contribuições que espero trazer para o Banco Central é preparar a instituição para o mercado futuro, em que as tecnologias avançam de forma exponencial, gerando transformações mais aceleradas”, afirmou na época.
No início deste ano, o ministro da Economia Paulo Guedes participou de um painel no Fórum Econômico Mundial. O evento discutiu o papel do dólar como moeda de reserva e também da Libra. Na ocasião, a criptomoeda do Facebook despertava fortes receios sobre seus impactos no sistema financeiro.
“Então há a nova tecnologia, a digital, a blockchain. […] O episódio da Libra está apenas evocando uma futura moeda digital”, afirmou Guedes na ocasião.
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