A Argentina superou o Brasil em 2024 e se tornou o país que mais utiliza Bitcoin na América Latina, de acordo com um relatório recente da Chainalysis.
Essa mudança no cenário regional reflete o aumento expressivo no volume de transações com criptomoedas no país sul-americano, impulsionado principalmente pela crise econômica que afeta a nação. Em meio a uma inflação galopante e à desvalorização do peso argentino, os cidadãos estão recorrendo ao Bitcoin e outras criptomoedas como uma forma de proteger o valor de seus ativos.
O levantamento da Chainalysis, que analisou o período entre junho de 2023 e junho de 2024, destaca que a Argentina movimentou cerca de US$ 91,1 bilhões em criptomoedas. Enquanto isso, o Brasil transacionou US$ 90,3 bilhões no mesmo período.
Este crescimento coloca o país à frente em termos de volume transacionado na região, com destaque para o aumento no uso de stablecoins e Bitcoin.
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Bitcoin como alternativa em meio à crise econômica
A adoção do Bitcoin na Argentina se intensificou em um cenário de grande instabilidade econômica. A inflação anual no país chegou a 143% em 2023, enquanto a moeda local, o peso argentino, se desvalorizou drasticamente.
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Essa situação levou os argentinos a buscarem refúgio no Bitcoin e em outras criptomoedas como forma de preservar seu poder de compra.
A crise econômica também impulsionou o uso de stablecoins, que correspondem a 61,8% do volume total de transações com criptomoedas na Argentina. O Bitcoin ocupa o segundo lugar, com 14,7% das transações, seguido por altcoins (13,4%) e Ethereum (10%).
A liderança argentina no uso de criptomoedas, especialmente o Bitcoin, reflete uma tendência crescente entre os cidadãos de proteger suas economias frente à desvalorização da moeda local. As stablecoins, por exemplo, são amplamente utilizadas para evitar a perda de valor do peso. No entanto, o Bitcoin, por sua natureza descentralizada e de reserva de valor, também se consolidou como uma ferramenta de proteção financeira.
Brasil perde a liderança para a Argentina
Até 2023, o Brasil liderava o uso de criptomoedas na América Latina. Contudo, a crise econômica argentina criou um cenário propício para a adoção de ativos digitais no país vizinho. Além disso, o volume transacionado no Brasil ficou muito próximo ao da Argentina, evidenciando que a competição entre os dois países segue acirrada no setor de criptomoedas.
Mesmo com a queda para o segundo lugar, o Brasil continua a desempenhar um papel significativo no mercado latino-americano de criptomoedas, com volumes transacionais consideráveis em stablecoins e Bitcoin. Outros países da região, como México, Venezuela, Colômbia e Chile, também aparecem no ranking, mas com volumes mais modestos em comparação com Argentina e Brasil.
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