Debatendo as diferenças entre o que classificou de “Mercado Branco” e “Mercado Negro”, o autor de Mastering Bitcoin Andreas M. Antonopoulos destacou o potencial do Bitcoin e da tecnologia blockchain na construção de um mundo mais justo, eficiente e inclusivo, no qual as regras e mecanismos de consenso não iriam refletir os mecanismos “viciados” em preconceitos e características subjetivas que acabam por excluir pessoas e serviços e, portanto, muitas vezes, ineficientes na resolução de necessidades impulsionadas pela transformação social e tecnológica.
De forma simples, Antonopoulos atribuiu a característica de “legitimado” aos mercados brancos, enquanto os mercados negros seriam aqueles que ainda carecem de uma “legitimidade”, tal qual os táxis e os ubers, sendo que os primeiros integrariam os mercados brancos e o segundo, o mercado negro, por conta de sua falta de “reconhecimento” pelo Estado. No entanto, o autor destaca que o Uber surge para resolver uma demanda da população; uma necessidade que o sistema “branco” da forma em que está configurado, não dá conta de resolver e atender às necessidades das pessoas.
Assim, Antonopoulos, durante sua palestra no evento Labitconf, ocorrida nesta quarta-feira, 05 de dezembro, no Chile, destacou que os governos e as legislações do Estado acabam por serem mecanismos ineficientes em dar conta da transformação social e das demandas da população frente às novas configurações da sociedade. Por isso, é preciso um sistema que não entregue preconceitos e que possa ser uma ponte para permitir a transformação social e, com ela, a satisfação das necessidades da população que não são plenamente resolvidas pelos sistemas atuais.
“Em um palestra que fiz certa vez, falávamos sobre os problemas que imigrantes têm muitas vezes em utilizar o sistema bancário para fazer remessas de valores e como isso prejudica e dificulta a vida destas pessoas que estão buscando trabalhar e cuidar de sua família e seus filhos. Então uma pessoa, vinculada a um banco, nos perguntou: ‘Mas por que temos que fornecer acesso bancário a imigrantes ilegais?’, então eu respondi: ‘Vocês não precisam fazer isso, nós o faremos’ [em referência ao potencial da tecnologia cripto/blockchain”, disse.
Antonopoulos destacou que os bancos, assim como a indústria atual, são formados por grandes carteis, que reúnem as empresas do setor e com isso ditam as regras do mercado, a partir de seu ponto de vista, propagando as diferenças e reforçando injustiças.
“Bitcoin e blockchain não têm cores e têm o potencial de entregar justiça como serviço aos desbancarizados e a toda uma leva de aplicações em todo o mundo e para além das fronteiras. Legalidade é um conceito subjetivo e tem a ver, principalmente, com fronteiras; o que é legal aqui não é legal em outro país e assim por diante, portanto para construir um mundo mais justo e igualitário em oportunidades, precisamos de um mercado livre onde as necessidades da pessoas sejam acordadas entre elas, por meio de um mecanismo de consenso, e possam ser realizadas sem preconceitos e globalmente, sem distinções e isso é possível com Bitcoin e blockchain”, declarou.
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Recentemente, sobre a queda nos preços do Bitcoin e do mercado de criptomoedas como um todo, Antonopoulos tuitou um conselho direto, recomendando aos integrantes do ecossistema paciência e união ao invés de piadas.
” Seja qual for a sua razão para estar no mercado de criptomoedas, agora é a hora de: compaixão, paciência e respeito. Muitas pessoas perderam muito dinheiro recentemente e não é útil fazer promessas vazias, compartilhar memes de merda ou criticar as escolhas dos outros.”
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