A China está dando um grande salto para o desenvolvimento de sua moeda digital do banco central (CBDC), com mais de 80 patentes registradas pelo Banco Popular da China (PBoC) apenas na semana passada.
As 84 patentes registradas em 13 de fevereiro incluem propostas relacionadas ao fornecimento e emissão de moedas digitais de um banco central (CBDC), bem como acordos interbancários usando o yuan digital e a integração de carteiras de moedas digitais nas contas bancárias de varejo existentes, de acordo com um relatório recente do jornal britânico Financial Times.
Embora o governo chinês ainda seja bastante discreto quanto à iniciativa, as novas patentes significam os esforços da China para acelerar o trabalho de desenvolvimento em seu sistema de pagamento eletrônico em moeda digital (DCEP), em uma tentativa de superar outras grandes economias como os EUA e a União Europeia.
Poucos impactos no longo prazo
No entanto, apesar dos receios, o analista da eToro Nemo Qin acredita ser improvável que o desenvolvimento da criptomoeda chinesa afete os criptoativos no longo prazo. Isso porque a emissão de um yuan digital será fortemente controlada, sem mineração pública ou negociação com criptoativos existente.
“Diferentemente da maioria dos criptoativos, o DCEP (sigla oficial da criptomoeda chinesa) será uma moeda digital centralizada emitida pelo governo. Com esses fatores, o DCEP não deve ter um impacto direto no mercado de criptoativos”, disse Qin.
O preço do maior criptoativo, o Bitcoin, subiu mais de 40%, de US$7.435 para US$10.350 em outubro de 2019, depois que o presidente chinês Xi Jinping afirmou que seu país deveria “aproveitar as oportunidades” oferecidas pela tecnologia blockchain.
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À medida que os mercados digeriam as notícias e começavam a entender as intenções por trás da mudança da China, os preços dos criptoativos caíram mais de 37% antes de se recuperar em janeiro deste ano.
De fato, as ambições da China em desenvolver uma moeda digital incentivaram mais países a entrar nesse mercado e procurar desenvolver sua própria moeda. Recentemente, o Banco de Compensações Internacionais (BiS) montou um grupo para discutir possíveis casos de CBDCs interoperáveis.
“Podemos esperar que mais bancos centrais anunciem desenvolvimentos em seus próprios criptoativos usando a tecnologia blockchain“, acrescentou Qin.
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