A mineração de Bitcoin (BTC) só não é mais ecologicamente correta porque as fontes de energia economicamente viáveis disponíveis atualmente não são mais “verdes”.
Foi o que afirmou o especialista brasileiro Marcelo Carmo, gestor de ativos ilíquidos da QR Asset.
Em live recente da QR Capital, o gestor tirou dúvidas dos investidores sobre a mineração de criptoativos. Além disso, comentou as críticas ambientais comumente associadas ao tema.
De acordo com Carmo, o gasto energético da rede Bitcoin é compatível com a sustentação de um mercado de mais de US$ 1 trilhão. Mas com o crescimento da preocupação com investimentos ESG, as mineradoras vão precisar buscar novas soluções.
“Esse debate ESG tem um ponto importante. Isso porque a mineração em si, vai ser tão impactante ao meio ambiente quanto o grid em que ela estiver inserida. Então, se a tendência mundial é buscar fontes renováveis e sustentáveis, consequentemente as mineradoras vão seguir esse padrão. A mineração é tão verde quanto a matriz energética mundial”, disse.
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Ele também destacou que quando os governos e as empresas privadas criarem políticas e incentivos para que energias renováveis sejam mais baratas, a mineração vai seguir a tendência:
“Hoje, a rede sustenta o valor de US$ 1,1 trilhão. É natural que uma rede tão valiosa e que entrega um valor tão grande para a sociedade consuma energia”, pontuou.
Bitcoin
A necessidade de maquinário potente para minerar criptomoedas como o Bitcoin existe por conta da prova de trabalho (proof-of-work). Esse mecanismo exige poder computacional para validar os blocos que geram a criptografia para sustentar a rede.
Contudo, o especialista apontou que isso tende a mudar. Afinal, uma nova forma de validação tem sido amplamente discutida: a proof-of-stake, ou Prova de Participação. Neste caso, o critério para validação é a quantidade de ativos em caixa.
Carmo considera que esse modelo apresenta benefícios do ponto de vista ambiental. No entanto, ainda não é amplamente testado para se considerar uma adoção em massa pelos protocolos, como o próprio Bitcoin.
“Proof-of-stake consome menos energia, isto é fato. Mas, por outro lado, gera um potencial para centralização das validações porque o maior volume das criptos está concentrado nas corretoras, que são os atores que fariam essa validação. Então, gera uma centralização que não é tão benéfica assim para redes descentralizadas, como o Bitcoin.
Por fim, ele pontuou que o proof-of-work está rodando sem falhas na rede Bitcoin desde 2009. Já o proof-of-stake ainda tem uma longa jornada para se provar para o mercado.
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