A Ledger, fabricante de carteiras físicas de criptomoedas, estuda abrir capital na Bolsa de Nova York (NYSE) ou realizar uma nova rodada privada de captação em 2026. O CEO Pascal Gauthier deu a informação ao Financial Times, em meio ao melhor desempenho financeiro da história da empresa.
De acordo com Gauthier, a Ledger registrou receitas de centenas de milhões de dólares em 2025, impulsionadas pelo aumento global na demanda por soluções de custódia segura de criptoativos. O executivo explicou que tem passado mais tempo em Nova York, onde pretende consolidar os planos de financiamento.
“O dinheiro está em Nova York hoje para o setor cripto; não está em nenhum outro lugar do mundo, certamente não na Europa”, afirmou.
A empresa, fundada em 2014 em Paris, tornou-se uma das principais fornecedoras de carteiras físicas (hardware wallets). Esses dispositivos servem para armazenar criptomoedas offline, fora do alcance de hackers. A crescente preocupação dos investidores com segurança digital tem sido o principal fator de crescimento do negócio.
Crescimento impulsionado por aumento nos ataques cibernéticos
O avanço das receitas ocorre em meio a uma escalada nos ataques e roubos de ativos digitais. De acordo com dados de julho da Chainalysis, mais de US$ 2,2 bilhões em criptomoedas foram roubados apenas no primeiro semestre de 2025, superando o total do ano anterior.
O ataque hacker de US$ 1,5 bilhão que a ByBit sofreu, realizado pela Coreia do Norte, é responsável pela maior parte das perdas nesses serviços.
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“Assim como vimos um ano recorde em atividades legais com criptomoedas, também vimos um ano recorde em atividades ilegais com criptomoedas”, disse Ari Redbord, chefe global de políticas da empresa de inteligência em blockchain TRM Labs.
Esse cenário tem levado investidores a buscarem alternativas mais seguras ao armazenamento em exchanges, como Binance e Coinbase.
A Ledger atualmente gerencia cerca de US$ 100 bilhões em Bitcoin de seus clientes. Além disso, a empresa recebeu uma avaliação de US$ 1,5 bilhão em 2023, após uma rodada de investimentos que contou com fundos como 10T Holdings e True Global Ventures, de Cingapura.
Os planos de abertura de capital ou nova captação refletem a estratégia da empresa de fortalecer sua presença nos Estados Unidos, onde o ambiente de investimento em tecnologia e ativos digitais é mais robusto.

