A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) marcou para o dia 11 de abril um encontro inédito com gigantes do setor de criptomoedas. O evento, chamado “Between a Block and a Hard Place”, vai reunir nomes como Coinbase, Uniswap e especialistas do mercado financeiro tradicional. Essa é a primeira de quatro rodadas de discussões sobre regras para ativos digitais.
Desse modo, a participação de empresas como Uniswap Labs, representada por sua diretora jurídica Katherine Minarik, e da Coinbase, com seu vice-presidente de produtos institucionais Gregory Tusar, mostra o peso da conversa. Também vão participar representantes da FalconX, Cumberland DRW, Texture Capital e acadêmicos da Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Após anos de críticas sobre a falta de clareza regulatória, a SEC finalmente decide ouvir os principais nomes da indústria cripto. Segundo a comissária Hester Peirce, que lidera o grupo de trabalho da comissão, o objetivo é dar início a um “novo começo”. Dessa forma, a intenção é criar regras mais claras e funcionais para o setor, beneficiando empresas e investidores.
Além disso, a proposta dessa rodada é ambiciosa: abrir espaço para discussões abertas, identificar os principais desafios regulatórios e apontar caminhos viáveis. A própria estrutura da reunião indica isso. Após as falas iniciais da SEC, o painel segue com duas horas de debate técnico. A ideia é garantir diálogo equilibrado entre o setor cripto e o mercado financeiro tradicional.
SEC e regulação de criptomoedas
A participação do chefe de produto da Bolsa de Nova York, Jon Herrick, e do CEO da Healthy Markets Association, Tyler Gellasch, mostra que o setor tradicional também quer entender e acompanhar essa transformação. Essa composição reforça o clima de reconciliação entre duas pontas do mercado que antes pareciam incompatíveis.
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O encontro acontece em um momento estratégico. Afinal, após a renúncia de Gary Gensler e a chegada de Mark Uyeda como presidente interino, a SEC sinaliza que está disposta a repensar sua relação com os ativos digitais. A criação do grupo de trabalho sobre cripto em janeiro foi o primeiro passo. Agora, com as mesas-redondas, o órgão busca construir pontes concretas com o setor.
Recentemente, Chelsea Pizzola, da Cumberland DRW, enviou uma carta à SEC defendendo que a maioria dos tokens não deve ser tratada como contratos de investimento. Dessa forma, essa posição deve aparecer com força durante o debate. Outros temas esperados incluem a tokenização de ativos, a custódia de criptoativos e o papel dos NFTs como ferramenta de captação.
A SEC já agendou as próximas sessões: custódia em 25 de abril, tokenização em 12 de maio e finanças descentralizadas (DeFi) em 6 de junho. Todas terão participação presencial e online.
A iniciativa também dialoga com ações do governo americano, que busca tornar o país mais competitivo no setor. A administração atual tem mostrado apoio à inovação, inclusive reconhecendo que mineração de criptoativos não infringe leis de valores mobiliários.
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