O banco estadunidense Goldman Sachs anunciou seu primeira empréstimo realizado com garantia em Bitcoin (BTC). A operação foi revelada na quinta-feira (28), de acordo com a declaração de uma porta-voz do banco à Bloomberg.
Não foi revelado o valor do empréstimo nem qual foi a sua utilidade, mas o banco revelou que o tomador utilizou seus BTC com garantia. Segundo a porta-voz, a alta liquidez da criptomoeda e sua estrutura de riscos levaram o banco a aceitar o empréstimo.
A mudança é um passo significativo para o Goldman Sachs, enquanto Wall Street continua a adotar ativos digitais. Simultaneamente, outras empresas dos Estados Unidos começam a enxergar o valor do BTC como colateral e passaram a adotá-lo em suas operações.
Na verdade, o Goldman Sachs já possui estruturas que permitem aos seus clientes investir em criptomoedas. No entanto, esta foi a primeira vez que o banco aceitou-as como colateral em uma operação de empréstimo.
Bitcoin ganha atenção dos grandes bancos
A mudança é outro sinal de que os grandes bancos estão adotando criptomoedas em todas as suas áreas. Por exemplo, o Goldman Sachs já negocia BTC tanto no mercado futuro quanto no mercado de balcão (OTC). Neste último caso, o banco foi o primeiro dos Estados Unidos a realizar esta operação.
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No início de abril, o banco resolveu expandir suas operações para a Ether (ETH), conforme noticiou o CriptoFácil. Será criada uma mesa de OTC para que os clientes do banco possam negociar a criptomoedas.
De acordo com os analistas do banco, a proximidade do aguardod ‘Merge’ do Ethereum aumentou a demanda dos clientes. Como resultado, o Goldman Sachs pretende melhorar sua estrutura e permitir negociações seguras e instantâneas.
De acordo com Mary Rich, chefe global de ativos digitais do Goldman Sachs, o banco quer seguir o Morgan Stanley, oferecendo investimentos em criptomoeda para seus clientes de private equity. Não há previsão para o lançamento de serviços no segmento de varejo.
Os grandes bancos estão seguindo os passos de empresas mais especializadas, como o Jefferies Financial Group, que está expandindo os serviços bancários para criptomoedas. A gestora Fidelity também permitiu que seus clientes possam investir em BTC para a aposentadoria.
Demanda por Bitcoin como garantia cresce
Para Damien Vanderwilt, co-presidente da Galaxy Digital Holdings, a aceitação de criptomoedas como garantia é o próximo passo. Por serem altamente líquidos e fáceis de custodiar, as criptomoedas são vista como uma das melhores garantias em potencial.
Bancos centrados em criptomoedas, como a Silvergate Capital, já oferecem empréstimos com essas garantias. A MicroStrategy lançou mão desse serviço ao fazer um empréstimo de US$ 250 milhões dando seus BTC como garantia. Em seguida, a empresa usou o dinheiro para comprar mais US$ 190 milhões e aumentar suas reservas da criptomoeda.
Isso traz duas grandes vantagens. A primeira é permitir a tomada de empréstimo e evitar a venda e impostos sobre ganhos de capital. A segunda é ter acesso a juros mais reduzidos, uma vez que os empréstimos contam com uma garantia real.
Rafael Lima, head de Operações Estruturadas da Rispar, comentou a respeito da medida. A fintech foi a primeira no mundo o crédito em Real (BRL) com garantira em BTC, que agora ganha força em outros países. Segundo o executivo, o movimento está apenas começando.
“Ficamos animados quando observamos a economia tradicional percebendo que os criptoativos são ótimas garantias, principalmente quando um player relevante como Goldman se junta a este movimento. Nós da Rispar enxergamos esta oportunidade lá atrás, e entendemos que é questão de tempo até outros players adotarem esta nova classe de ativos”, disse.
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