A declaração do Imposto de Renda (IR) pode chegar ao fim por conta da tecnologia blockchain.
Essa é a visão de Hartwig Hoffmann, que é sócio do setor de serviços internacionais de impostos da EY.
Contudo, isso também significa que o governo terá mais controle sobre a taxação dos contribuintes.
Fim da declaração do Imposto de Renda?
Hoffmann palestrou sobre o tema no evento “CryptoValley Festival 2020”, de acordo com as informações fornecidas pela Transfero Swiss AG.
“O avanço de soluções digitais com base em tecnologia blockchain vão levar ao fim da declaração de imposto de renda. Isso é garantido, a questão é quando.”
A Transfero Swiss é uma gestora de fundos de investimento em ativos digitais cofundada pelo brasileiro Thiago Cesar e tem base na Suíça.
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Ademais, Hoffmann alegou que a inovação vai ocorrer mais cedo do que se imagina.
Brasil ainda precisa avançar na tecnologia tarifária
Para que a declaração do IR seja substituída pela tecnologia blockchain, é necessário que a Receita Federal avance na digitalização das sua operações.
Assim, de acordo com Hoffmann, o país está no nível quatro de digitalização da declaração de IR. A escala que mede o fenômeno varia de um a cinco, em ordem crescente.
Isso significa que o modelo adotado pelo Brasil é mais avançado do que o estadunidense, que está no nível um.
O site PanoramaCrypto, da Transfero Swiss, explica a métrica:
“No nível 1, há um formulário eletrônico padrão anual, obrigatório ou opcional, com dados de renda. Já no nível 4, as autoridades fazem análises cruzadas das informações. Neste nível, os contribuintes recebem um retorno do governo sobre a análise e têm tempo para responder. O nível 5 permite que os governos captem os dados por si próprios, sem o preenchimento de formulários.”
Governo terá mais controle com registro na blockchain
Apesar da blockchain significar um avanço para a Receita Federal, há que se ponderar que o governo terá mais controle na hora de cobrar os impostos.
Na opinião de Hoffmann, a blockchain ajudará o governo a evitar fraudes nos impostos, já que torna a evasão fiscal mais difícil.
Por esse motivo, é possível que os adeptos da privacidade sejam opostos à utilização da tecnologia pelo estado.
De toda maneira, parece ser inevitável que o governo brasileiro e o de outros países tentem fechar o cerco aos contribuintes através da adoção de tecnologias mais eficientes do que a atual.
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