Com cerca de 60 milhões de clientes, o banco Itaú é a maior instituição financeira privada do Brasil e o maior conglomerado financeiro do hemisfério sul. Por ano, ele lucra mais de R$ 20 bilhões com suas operações.
A relação do banco com os usuários e empresas de Bitcoin nunca foi amigável. Há cerca de dois anos, eu fui o primeiro a sofrer na pele o descaso do banco quando a minha conta corrente foi fechada. A alegação do banco simplesmente foi de que havia “desinteresse comercial” em relação à minha conta. Desde então, não tenho?—?e nem quero ter?—?relação comercial com este banco.
Depois de fechar a minha conta, ele começou a fechar as contas de outros colegas que compram e vendem no mercado peer-to-peer (P2P) de Bitcoin e na sequência começou a atacar as corretoras também com o congelamento das contas.
Teve corretora que precisou ir à Justiça para obter liminar que a garantisse o direito de operar sua conta no banco. A Foxbit chegou a reclamar publicamente deste tipo de tratamento que recebe dos bancos durante audiência pública na Câmara dos Deputados, realizada no início do segundo semestre deste ano.
O banco Itaú dificilmente irá assumir isso publicamente, mas existem dois principais riscos de ele trabalhar com clientes e empresas que atuam no mercado de Bitcoin. O primeiro deles é o risco jurídico, pois o seu cliente pode estar envolvido em algum tipo de transação fraudulenta que tenha como objetivo lavar dinheiro ou evadir divisas. O segundo risco é de imagem. Caso alguma operação desse tipo que citei venha a público, a imagem da instituição fica extremamente prejudicada, como ocorreu com o HSBC, que teve sua imagem associada à lavagem de dinheiro proveniente de traficantes de drogas latino-americanos em 2013, apesar de este caso não ter nada a ver com moedas digitais ou coisa do tipo.
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O Itaú nunca gostou de quem trabalha com bitcoins. Mas nem por isso o banco deixou de estudar a tecnologia blockchain e de fazer parte do consórcio de bancos R3, que pretende desenvolver uma blockchain privada própria (o que na minha opinião não é verdadeiramente uma blockchain, mas isso é assunto para outro post).
Em maio de 2017, contudo, o Itaú comprou 49,9% da XP Investimentos, maior corretora do Brasil e pagou R$5,7 bilhões por isso. Pelo acordo firmado, a participação do Itaú na corretora deve crescer nos próximos anos até atingir 75%.
Como já disse em outro post, a XP está se preparando para entrar com força no mercado de bitcoin e moedas digitais. Oficialmente, eles dizem que estão apenas estudando o mercado, mas extra-oficialmente sabemos que eles já estão inclusive buscando fornecedores de tecnologia que possam colocar de pé sua plataforma de negociação de criptomoedas.
De acordo com o Itaú, a XP terá gestão e condução “totalmente independentes, segregadas e autônomas”. O banco acredita que a corretora poderá competir inclusive com as corretoras e distribuidoras do mercado de capitais pertencentes ao conglomerado Itaú Unibanco.
Como futuro acionista majoritário da XP, o Itaú poderá ter um maior controle sobre os clientes que participarão da plataforma da corretora. Diferentemente da situação atual, na qual o banco não possui qualquer informação sobre os clientes dos brokers P2P ou das corretoras de Bitcoin brasileiras, o banco passará a ter o histórico e dados pessoais completos de todos os participantes da plataforma da XP.
Mas vale aqui levantar algumas questões relevantes sobre como será a participação do Itaú neste novo negócio que a XP pretende criar.
- O que pensam os integrantes do Conselho de Administração do Itaú sobre Bitcoin e também em relação à entrada de uma de suas subsidiárias neste mercado?
- Qual o tipo de discussão que o Itaú tem com a XP Investimentos sobre o sobre o mercado de Bitcoin?
- O Itaú vai ter interesse comercial em depósitos de clientes da XP que forem evidentemente feitos para comprar Bitcoins? Isso poderá mudar a relação do banco com os seus clientes diretos?
- O Itaú usará a XP Investimentos como veículo para se posicionar no mercado de Bitcoin?
- O Itaú pretende comprar e vender bitcoins diretamente?
- O Itaú tem como intenção deter bitcoins como parte do seu portfólio de investimento?
- O Itaú vai passar a tratar melhor as corretoras concorrentes à XP?
- Quando o Itaú passar a controlar a XP, ele vai continuar a estratégia da corretora no mercado de Bitcoins ou vai interromper a operação?
- Como o Itaú vai se certificar de que as operações com Bitcoin dentro da XP não são oriundas de indivíduos que praticam lavagem de dinheiro e evasão de divisas?
- O Itaú é a favor da regulamentação das corretoras de Bitcoin no Brasil?
Estas são algumas perguntas que ainda não temos respostas, mas que eu gostaria muito que o Itaú respondesse. Por ser um dos maiores bancos do mundo, ele deveria se posicionar sobre um tema tão relevante e inovador como o Bitcoin e as moedas digitais.
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Apesar de ser eu um grão de areia na praia, sei que o Bitcoin tem mudado muitas vidas financeiras de amigos e conhecido meus aqui em Rondônia.
Eu só lamento não ter conhecido o Bitcoin uns dois anos atras, pois de fevereiro do corrente ano meus 1200 reais já se transformou em mais de 10 mil reais.
com 35 centavos de Bitcoin que comprei na época, fiz um investimento em uma empresa de Trade, e hoje tenho 66 centavos.
se você quiser conhecer vai lá no whasapp 69 99928 8047.