A ZKSync, uma das soluções de segunda camada mais promissoras do ecossistema Ethereum, vive dias sombrios. Após sofrer um ataque hacker que resultou no roubo de US$ 5 milhões, o projeto agora enfrenta um processo judicial por plágio e roubo de tecnologia movido pela extinta fintech BANKEX.
Na última terça-feira (15), a equipe da ZKSync confirmou que um invasor comprometeu as credenciais de uma carteira administrativa usada na distribuição de airdrops. O hacker criou 111 milhões de tokens ZK de forma fraudulenta, derrubando o valor do token em cerca de 20%. O preço chegou a bater US$ 0,05, enquanto o volume de negociações explodiu, atingindo US$ 91,78 milhões nas 24 horas seguintes.
Apesar de a equipe garantir que nenhum fundo de usuário foi afetado, o incidente expôs a fragilidade do modelo de gestão adotado. Especialistas alertaram para o risco de confiar em carteiras controladas por chaves centralizadas. “A descentralização precisa valer também para a segurança operacional”, dizem analistas.
Enquanto a ZKSync ainda tenta apagar esse incêndio, outra crise tomou forma em Nova York. A Matter Labs, empresa por trás do desenvolvimento da rede, foi acusada formalmente de roubo de propriedade intelectual pela BANKEX. A ação judicial, apresentada à Suprema Corte do Estado de Nova York em 19 de março, afirma que dois ex-funcionários da BANKEX roubaram tecnologia da empresa para fundar a Matter Labs.
ZKSync em apuros
Segundo o processo, Alexandr Vlasov e Petr Korolev, funcionários da BANKEX em 2017, receberam a missão de desenvolver um software baseado no conceito de “Plasma”, solicitado por ninguém menos que Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum. No entanto, a BANKEX alega que ambos desviaram o projeto, criaram a Matter Labs em segredo e utilizaram os códigos da empresa para lançar a ZKSync.
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Os dois também teriam armazenado bases de código operacionais nos servidores da BANKEX, além de usar recursos da própria empresa para desenvolver a nova plataforma. Atualmente, Vlasov é o chefe de P&D da Matter Labs, enquanto Korolev lidera a OXORIO, uma empresa de segurança blockchain.
A ação também cita como réus Alex Gluchowski, cofundador da Matter Labs, o fundo de investimento Dragonfly, e Chris Burniske, ex-diretor da startup, por suposto conhecimento do roubo.
A Matter Labs afirmou em nota:
“As alegações não têm fundamento algum. Desenvolvemos a ZKSync com tecnologia original, sem qualquer vínculo com os códigos da BANKEX.”
O porta-voz da empresa destacou que confiam na integridade do trabalho e se comprometeram a responder em tribunal assim que receberem a notificação oficial.
Enquanto isso, os advogados da BANKEX disseram que preferem não comentar, mas reafirmaram a convicção na veracidade das acusações.
