No mês passado, em 23 de junho, a plataforma de empréstimos Voyager Digital permitiu que os investidores iniciassem os saques dos valores que tinham presos em suas contas. A operação começou quase um ano depois que a empresa bloqueou as retiradas e entrou com um pedido de recuperação judicial. E agora, os clientes iniciaram os saques com um grande volume.
De acordo com dados da Dune Analytics, os saques na plataforma chegaram a mais de US$ 250 milhões desde então, ou cerca de R$ 1,2 bilhão na cotação atual. Depois de reabrir as retiradas para os usuários em 23 de junho, a Voyager experimentou uma saída líquida de US$ 250 milhões em criptoativos.
Atualmente, a plataforma detém US$ 176 milhões em criptoativos, com uma taxa de Clean Asset de 96,15%. Isso inclui ativos como 2.287,4 BTC, 27.363,7 ETH, mais de 18 milhões de USDC, 2 trilhões de Shiba Inu (SHIB) e muito mais. De fato, a Voyager chegou a movimentar mais de 350 bilhões em SHIB logo após restabelecer os saques.
A Voyager Digital entrou em falência logo após a implosão do ecossistema Terra, erodindo mais de US$ 40 bilhões dos fundos dos investidores. Parte desses fundos eram da Voyager, que utilizava o sistema de rendimentos da Terra para remunerar seus clientes com juros.
No entanto, em meio a saques maciços, a empresa enfrentou uma grave crise de liquidez e acabou entrando em falência. Os clientes esperaram quase um ano para finalmente conseguir ter acesso aos seus fundos.
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Plano de saques em andamento
Em 17 de maio, o tribunal responsável pelo caso da Voyager deu aprovação ao plano de falência. De acordo com o plano, os clientes receberão inicialmente 35,72% dos valores devidos. Eles podem optar por sacar esse valor como criptomoeda por meio do aplicativo Voyager ou em dinheiro após aguardar 30 dias.
No processo, o juiz Hage mencionou que o fundo de hedge em criptomoedas Three Arrows Capital (3AC), que também declarou falência, ainda deve US$ 650 milhões à Voyager. Nessa primeira rodada de saques, a plataforma permite que os clientes acessem pouco mais de 35% de seus fundos.
Eventualmente, a equipe de falência tem como foco principal recuperar mais ativos para distribuir aos credores assim que essa distribuição inicial for concluída. Quando isso acontecer, a Voyager poderá restituir os 65% que ainda estão pendentes.
Além disso, US$ 445 milhões adicionais em fundos de clientes estarão disponíveis para os credores, mas isso depende da resolução da disputa movida pela Alameda Research contra a Voyager. Essa resolução provavelmente não acontecerá até pelo menos meados de setembro de 2023.
A Binance.US queria comprar a Voyager por US$ 1 bilhão, mas o governo dos Estados Unidos, por meio de agências como a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e o Departamento de Justiça, interveio e suspendeu o negócio devido a ações legais em andamento contra a Binance. Posteriormente, a Binance.US acabou desistindo da compra.