O bilionário Sam Bankman-Fried (SBF), fundador da exchange de criptomoedas FTX e da empresa cripto Alameda Research, apresentou um acordo de reestruturação para a plataforma de empréstimo de criptomoedas problemática Voyager Digital.
A oferta daria liquidez antecipada aos clientes da empresa. No entanto, a Voyager recusou a proposta, dizendo se tratar de uma “oferta de baixo nível”.
FTX propõe acordo à Voyager
De acordo com a proposta, a Alameda compraria todos os ativos digitais e empréstimos de ativos da Voyager em dinheiro a valor de mercado. A exceção seria dos empréstimos à Three Arrows Capital (3AC), que pediu falência.
Em contrapartida, a FTX ofereceria aos clientes da Voyager a chance de recuperar o acesso aos fundos congelados na Voyager por meio de novas contas na FTX.
“O objetivo de nossa proposta conjunta é ajudar a estabelecer uma maneira melhor de resolver um negócio de criptomoedas insolvente; uma maneira que permita que os clientes obtenham liquidez antecipada e recuperem uma parte de seus ativos sem forçá-los a especular sobre os resultados da falência e tomar decisões unilaterais”, disse o SBF.
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Ainda segundo o acordo, os clientes não teriam a obrigação de se inscrever na FTX. Ou seja, isso seria algo voluntário.
“Qualquer cliente que não deseje se inscrever na FTX continuará retendo todos os seus direitos e reivindicações no processo de falência. Mas não receberá acesso antecipado a uma distribuição via FTX”, disse a proposta.
O acordo vem depois que a Voyager, que oferecia altos rendimentos, interrompeu os saques dos clientes. Em seguida, a empresa pediu proteção contra falência do Capítulo 11 no início de julho. Antes disso, a Alameda concedeu um empréstimo de US$ 200 milhões e mais 15.000 Bitcoins para a Voyager.
Voyager rejeita acordo da FTX
Contudo, a Voyager recusou o acordo da FTX. A empresa alegou que a oferta conjunta é uma “oferta de baixo nível” que interrompe o processo de falência da empresa.
Além disso, os advogados da Voyager disseram em documentos judiciais no último domingo (24) que a proposta era um “lance baixo vestido como um resgate de cavaleiro branco” que só beneficia a FTX.
A Voyager disse ainda que as empresas violaram as obrigações com os devedores e com o tribunal ao tornar a sua proposta pública.
“Parece claro, no entanto, que a Proposta da Alameda/FTX, feita em violação dos Procedimentos de Licitação propostos, foi projetada para gerar publicidade para si mesma e não valor para os clientes da Voyager”, disseram os advogados da Voyager.
Eles afirmaram ainda que “reserva todos os direitos e recursos contra a Alameda [e] FTX por sua subversão clara e intencional do processo de falência”.
Ao tribunal de falências de Nova York, os advogados da Voyager disseram que a empresa iria propor uma reorganização e um processo para vender a empresa ou os seus ativos.
A Voyager disse ainda que quase 40 compradores potenciais assinaram acordos de confidencialidade para iniciar a due diligence.
Por fim, a empresa propôs um prazo de licitação para o dia 26 de agosto, com um leilão para ser realizado três dias depois.
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