Em março, 97% dos credores da Voyager aprovaram o plano de reestruturação que incluía pagamento de dívidas, conforme noticiado pelo CriptoFácil. E na quarta-feira (17), a plataforma recebeu autorização judicial para dar prosseguimento ao plano.
Com a autorização dada pelo tribunal de falências dos Estados Unidos, a Voyager poderá reembolsar o dinheiro dos clientes. A plataforma bloqueou os saques dos clientes pouco depois de declarar recuperação judicial em julho de 2022.
Portanto, já faz dez meses que os clientes possuem saldos bloqueados na plataforma. Mas a autorização judicial não significa que todos serão pagos integralmente.
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Apenas um terço
De acordo com o plano de reestruturação, a Voyager pagará apenas 36% do total de dívidas que possui com os clientes. Ou seja, para cada US$ 100 que possuem na plataforma, os clientes receberão apenas US$ 36.
O colapso da Terra (LUNA) e do fundo Three Arrows Capital (3AC) afetou a Voyager, que tinha dinheiro em ambos. Como resultado das falências, a plataforma perdeu liquidez e não conseguiu honrar com os pagamentos aos clientes.
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O juiz Michael Wiles, responsável pelo caso, disse que “ninguém está feliz com a liquidação”. Afinal, os clientes receberão apenas um terço do valor que a Voyager lhes deve. Além disso, a liquidação da empresa incorreu em altos custos com a falência, o valor pago aos advogados e a supervisão do caso.
Logo, há menos dinheiro para os clientes. Com a liquidação, a Voyager pagará os valores devidos e provavelmente encerrará as atividades de vez. No entanto, Wiles observou que esta era sua única opção, já que a Voyager simplesmente não tem fundos para reembolsar os clientes integralmente. Dessa forma, o juiz achou melhor devolver um terço do que nada.
“Retrospectiva é 20/20 – tenho certeza que todo mundo gostaria que algo melhor tivesse acontecido”, disse Wiles. “Estamos onde estamos, estamos tentando fazer o melhor onde estamos.”
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Acordos fracassados da Voyager
Os infortúnios da Voyager continuaram muito depois da empresa declarar falência em julho. A princípio, a exchange FTX se ofereceu para adquirir os ativos da Voyager. Por muito tempo, a plataforma rejeitou a oferta da gigante devido ao baixo valor. Eventualmente, as negociações prosperaram, mas a falência da FTX em novembro pôs tudo a perder.
Em seguida, a Voyager fechou um acordo de compra no valor de US$ 1 bilhão com a Binance.US, mas o acordo foi cancelado no mês passado. A Binance.US citou “clima regulatório hostil e incerto nos Estados Unidos” como justificativa para remover a oferta.
Atualmente, a Voyager tem apenas US$ 630 milhões em caixa, mas deve US$ 1,8 bilhão em reivindicações de clientes, de acordo com um processo judicial de 5 de maio. Portanto, um total de 36% de todas as dívidas serão pagas.