O volume de negociação das criptomoedas caiu 7,78% em agosto, atingindo US$ 475 bilhões ao longo do mês. De acordo com dados da empresa de análise CCData, este é o volume mais baixo desde março de 2019. Ou seja, uma baixa recorde em mais de 4,5 anos.
Mesmo a volatilidade provocada pela vitória judicial da Grayscale Investments sobre a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) não conseguiu tirar os comerciantes de seu torpor. Os volumes caíram em todos os aspectos e nos mercados tanto à vista quanto nos derivativos.
Por exemplo, o volume em derivativos caiu mais de 12% e atingiu US$ 1,62 trilhão em agosto, o segundo menor desde 2021. Além disso, a participação dos derivativos na atividade total do mercado também caiu e chegou a 77,3% – já são três meses consecutivos de queda.
Valor em dólares cai
O valor bloqueado em contratos abertos de derivativos (em dólares) despencou 19,5%, atingindo US$ 17,1 bilhões. De acordo com os dados, a liquidação de contratos abertos chegou a US$ 4,13 nas maiores bolsas. Esse é o maior declínio nos contratos em aberto em 2023.
O declínio contínuo tende a criar um ambiente desafiador para as exchanges e os formadores de mercado, já que a ausência de volumes impede novas valorizações. Com isso, os preços dos ativos não se movem, o que também explica a baixa volatilidade geral do BTC e demais criptomoedas em 2023.
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E acima de tudo, o colapso da FTX em novembro prejudicou a confiança dos investidores nas exchanges centralizadas e prejudicou a liquidez do mercado. Segundo a Bloomberg, a margem de lucro dos formadores de mercado diminuiu 30% desde o colapso da exchange.
“O volume combinado de negociação de spot e derivativos em exchanges centralizadas caiu 11,5%, para US$ 2,09 trilhões, já que a volatilidade após a vitória da Grayscale sobre a SEC não se traduziu em volumes de negociação em exchanges centralizadas. Dessa forma, o baixo volume de negociações à vista e as flutuações nos dados de contratos em aberto sugerem que o mercado é atualmente movido pela especulação”, disse a CCData.
Podia ser pior
No entanto, os números do volume poderiam ter sido piores se não fosse pelo breve pico de volatilidade em 17 de agosto e no final do mês. O Bitcoin, a criptomoeda líder em valor de mercado, caiu mais de 10%, para US$ 25.000, em 17 de agosto, acompanhando a aversão ao risco nos mercados tradicionais.
O preço subiu brevemente para US$ 28.000 em 29 de agosto, comemorando a vitória legal da Grayscale sobre a SEC, mas em seguida voltou a cair. Esse breve momento de volatilidade ajudou a trazer mais liquidez aos mercados.
Entre as exchanges, a participação no mercado à vista da Binance contraiu pelo sexto mês consecutivo para 38,5%, a menor desde agosto de 2022. Sua participação em derivativos caiu para 53,5%, a mais fraca desde junho de 2022.
Mesmo assim, a exchange manteve a primeira posição, registrando US$ 183 bilhões em volume de negociação à vista e US$ 865 bilhões em derivativos. Por outro lado, a participação da Huobi na atividade global aumentou 2,26% e representou 6,09% do volume total do mercado à vista. Com isso, a Houbi hoje é a segunda maior exchange do mundo em volume.
Por fim, as exchanges Bitget e a Bybit viram as suas participações na atividade total aumentar para 8,66% e 12,7%, respetivamente.