Vitalik Buterin, o cofundador da rede Ethereum, recentemente levantou a possibilidade de rodar nós Ethereum em Marte. O desenvolvedor apresentou uma perspectiva ousada sobre como a blockchain poderia acompanhar a humanidade em sua expansão espacial.
Durante uma entrevista, Buterin discutiu a viabilidade de estabelecer uma rede Ethereumdf em um ambiente interplanetário, levantando questionamentos sobre a descentralização e as limitações técnicas envolvidas.
A proposta de Buterin enfrenta um obstáculo significativo: a latência. De acordo com ele, a distância média entre a Terra e Marte é de aproximadamente 400 milhões de quilômetros. Essa distância causaria um atraso de até 20 minutos para a transmissão de sinais entre os planetas, mesmo à velocidade da luz. Esse tempo de resposta inviabilizaria a sincronização rápida, essencial para validar blocos e garantir consenso na rede.
Buterin explicou que, com a configuração atual de consenso da rede Ethereum, a comunicação em tempo real entre nós de diferentes planetas se torna impraticável. Para ele, rodar nós da rede em Marte só seria possível com o auxílio de uma camada independente (Layer 2) para realizar transações localmente.
Rede Ethereum L2: a solução para Marte
Vitalik defende que uma rede L2 em Marte poderia ser autônoma e eficiente para processar as transações dos habitantes do planeta vermelho. Essa camada independente permitiria que as operações locais fossem validadas em tempo real, sem necessidade de sincronização constante com a rede principal (Layer 1) na Terra.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Assim, a rede em Marte enviaria lotes de transações para a camada principal apenas em momentos específicos, reduzindo drasticamente a comunicação interplanetária.
Essa estrutura traz não apenas eficiência, mas também autonomia, permitindo que Marte opere com uma descentralização interna sem precisar de uma conexão direta e imediata com a Terra. Além disso, essa abordagem fortaleceria a segurança da rede Ethereumdf, mantendo cópias históricas dos dados em vários planetas e favorecendo a resistência a censuras.
Para que a execução de nós Ethereum em Marte funcione, Buterin acredita que serão necessários protocolos completamente novos. Atualmente, os algoritmos de consenso dependem de comunicação rápida entre nós; porém, em um cenário onde os nós estão a milhões de quilômetros de distância, a latência comprometeria essa sincronia.
Os novos protocolos devem possibilitar uma troca de informações com intervalos de tempo mais amplos, garantindo segurança e verificação.
Vitalik também prevê que as redes interplanetárias de criptomoedas precisarão de mecanismos próprios de consenso e segurança para operarem independentemente de nós na Terra. Isso reforçaria a resistência à censura, mantendo a integridade dos dados e a descentralização da rede Ethereumdf, mesmo em um ambiente com condições de comunicação limitadas.