O governo da Venezuela deu mais um passo rumo ao combate de transações envolvendo criptomoedas, visando reduzir a fuga de capital do país. A operação, inicialmente intitulada “Mãos de Papel”, entrou em uma nova fase, agora chamada de “Operação Mãos de Metal”.
Esta nova fase foi lançada na semana passada e inicialmente tinha foco no que chamam de “contrabandistas de ouro”: venezuelanos que compram ouro de pequenos garimpeiros e depois vendem fora do país. A operação “detectou que essas máfias distorceram os preços do dólar”, declarou o vice-presidente do país, Tareck El Aissami, acrescentando que “eles migraram através do mercado de criptomoedas para atingir o sistema monetário venezuelano”.
A operação também visa a fuga de capital por meio de criptomoedas. El Aissami explicou que o governo vai começar a monitorar contas bancárias para identificar transações relacionadas à compra desses ativos e vai processar aqueles que as negociam “a preços especulativos”.
“Isso é parte de uma guerra para atingir o sistema financeiro do país”, declarou a publicação da agência de notícias local Aporrea, “e eles [o governo] irão exercer ações futuras para atingir aqueles que tentam conspirar através de criptomoedas”. O vice-presidente foi citado também pelo La Red, onde afirmou que “todas as contas que identificamos que estão ligadas à manipulação de preços serão severamente punidas e os responsáveis serão colocados à disposição da justiça”.
El Aissami revelou que, como parte da Operação Mãos de Papel, “5 bilhões de bolívares (cerca de US$50 mil) em contas bancárias foram congelados no banco Banesco, e 12 trilhões de bolívares (cerca de US$120 milhões) foram apreendidos como sendo destinados ao contrabando na Colômbia”, de acordo com o Aporrea.
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Empresas de remessas fechadas – e outras autorizadas
Desde o lançamento da operação, três empresas de remessas internacionais foram fechadas, incluindo duas operadoras de troca de ativos digitais. No entanto, o governo logo percebeu que as transações clandestinas com esses ativos não cessaram.
Isso levou o vice-presidente a anunciar na semana passada que três casa de câmbio de moedas em Caracas foram especificamente autorizados a lidar com as transações de câmbio e as remessas do país. Segundo o Correo Del Orinoco apurou da fala do vice-presidente:
“Autorizamos três casas de câmbio, empresas privadas, operadores de câmbio privado, a realizar todas as operações associadas a remessas no país.”
As três empresas são Zoom, Italcambio e Insular. No entanto, seus sites não indicam que elas lidam com criptomoedas de qualquer forma.
Com o objetivo de comprar e vender criptomoedas especificamente, o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, anunciou em abril que havia certificado 16 exchanges com o objetivo de listar a moeda digital de seu país, o Petro.