Os usuários que tiveram seus fundos congelados pelo ataque hacker de julho nas carteiras da Parity, desenvolvida por Gavin Wood, um dos fundadores da Ethereum, podem ter seus fundos recuperados, de acordo com novo anuncio da empresa, divulgado esta semana no blog oficial da Parity. Na época cerca de US$ 275 milhões em Ethereum foram roubados de seus proprietários.
Para solucionar o problema e devolver os fundos a seus usuários um hard fork, precisará ser feito na plataforma, lembrando que um “hard fork” é apenas uma atualização e não, necessariamente, a criação de uma nova moeda, como temos visto com o Bitcoin. No Hard Fork, todos devem realizar as atualizações propostas, no caso da Parity, um protocolo está atualmente em revisão como correções possíveis no protocolo para a máquina virtual Ethereum (EVM). De acordo com a postagem do blog, isso seria um “aprimoramento funcional da plataforma” que restauraria os fundos perdidos e protegeria contra casos semelhantes no futuro.
“Ninguém deveria ter a mínima ilusão de que recuperar estes fundos é qualquer coisa menor que uma operação de resgate e que não precisaria de um Hard Fork.”, diz o comunicado.
No entanto, para complicar um pouquinho o caso, as mudanças do protocolo EVM são uma solução contenciosa, tanto que Nick Johnston, também um dos desenvolvedores da Ethereum, mudanças em EVM podem acarretar erros inesperados, mesmo em contratos já implantados. O debate da Parity desencadeou discussões reminiscentes do hack DAO, do ano passado, em que a difícil disputa sobre o Fork, gerou a Ethereum Classic (agora avaliada em US$ 1,7 bilhão).
O caso é que o debate segue, sem uma solução definitiva, enquanto isso, os usuários afetados pelo problema vêem o preço do Ethereum atingir novos patamares históricos sem ter acesso a suas moedas, mas mantendo, assim como a Parity, a esperança que alguém possa ajudar. No caso dos usuários, esperando da empresa, e no caso da empresa, esperando a aceitação da comunidade que também é composta pelos usuários. Vamos acompanhar o caso.