A empresa de dados de blockchain Chainalysis divulgou um relatório sobre o uso de mixers em transações com criptomoedas. E conforme mostram os dados, o uso desses softwares em transações ilícitas atingiu 10%, maior percentual da série histórica do relatório.
De acordo com a empresa, o uso de mixers em transações ilícitas é maior do que a soma para outros usos. A Chainalysis ressalta que estas ferramentas não servem apenas para cometer crimes, mas que nenhum outro uso teve participação relevante.
“A funcionalidade principal dos mixers os tornam naturalmente atraentes para os cibercriminosos, já que eles raramente pedem informações dos usuários. Na verdade, quase 10% de todos os fundos enviados de endereços ilícitos passaram por mixers. Nenhum outro tipo de serviço representou uma participação maior que 0,3%”, disse a empresa.
Os mixers são ferramentas que servem para ocultar a origem de transações com criptomoedas, impedindo ou dificultando o rastreio. Embora associados com o cometimento de crimes, os mixers também servem como proteção da privacidade financeira de seus usuários.
Nesse sentido, eles atuam como importantes ferramentas de proteção, especialmente para as pessoas que vivem sob governos opressores ou que proíbem o uso de criptomoedas. Graças aos mixers, estas pessoas podem realizar suas transações sem correr o risco de ser presas.
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R$ 280 milhões em transações
Além do alto percentual, os valores movimentados com o uso de mixers também registraram máximas históricas. Para identificar esses valores, a Chainalysis utiliza uma média móvel de valores movimentados por mixers nos últimos 30 dias.
De acordo com esse indicador, os mixers movimentaram US$ 51,8 milhões em criptomoedas em 19 de abril de 2022. Na cotação atual em reais, o valor corresponde a R$ 282 milhões e representa um aumento de 100% em relação ao mesmo período de 2021.
No entanto, a pesquisa também mostra que este número encontra-se em tendência de queda nos últimos três meses. Desde o pico de abril, o uso de mixers caiu mais de 50% em termos de valores e hoje corresponde a menos de US$ 10 milhões – R$ 54 milhões em valores atuais.
A Chainalysis destaca quais fatores levaram a um grande aumento no volume de transações com mixers, sendo que os envios oriundos de exchanges constituem uma grande parcela dessas operações.
“Os aumentos vêm principalmente do aumento do maior volume enviados de exchanges centralizadas, protocolos DeFi e, principalmente, endereços conectados a atividades ilícitas. Os protocolos DeFi, em particular, aumentaram não apenas em termos de valor enviado aos mixers, mas também em termos de participação de todo o volume enviado”, diz a empresa.
Mesmo endereços pertencentes a entidades que receberam sanções de governos registraram aumentos nos envios de recursos por mixers. O Hydra Marketplace, por exemplo, responde por 50% das transações ilícitas via mixers, enquanto o grupo de hackers Lazarus realizou 30% dessas transações.
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