A Universidade de Stanford, localizada na Califórnia, Estados Unidos, considerada uma das principais universidades do mundo, divulgou um extenso relatório que mostra os impactos sociais que a tecnologia blockchain pode desempenhar ao redor do mundo.
O relatório, intitulado Blockchain como Impacto Social: Muito Além do Hype (em tradução livre) foi elaborado pela Escola de Graduação em Negócios da universidade, uma das mais prestigiadas do mundo em sua área. Em suas 80 páginas, o documento traz dados e informações de empresas que utilizam a tecnologia em mais de 10 setores de impacto social, como agricultura, inclusão financeira, governança e direitos de propriedade.
No total, o relatório analisou mais de 190 empresas. Em comum, todas elas utilizam a tecnologia blockchain para promover alguma forma de mudança ou impacto social. O relatório traz dados sobre quantidade de empresas por setor, quais seus impactos, números de iniciativas por continente e por período de tempo, e muitos mais.
“Ao mapear e catalogar o cenário dessas aplicações em blockchain, nossa pesquisa encontrou quais delas já começaram a demonstrar impacto social comprovado, quais indústrias e casos de uso estão mais ou menos avançados e o que devemos aprender com as centenas de casos de teste, pilotos e experimentos que estão usando blockchain para causar impacto social”, afirma o relatório.
Um dado que supreendente no ínicio da pesquisa é a identificação de tecnologias blockchain antes mesmo do surgimento do Bitcoin – considerado o primeiro caso de blockchain da história – o que pode indicar que outras tecnologias podem ter sido incluídas na pesquisa, como as tecnologias de livro-razão distribuídas (DLTs). Ao mesmo tempo, podemos notar o enorme crescimento de projetos baseados em blockchain, principalmente a partir de 2016.
Outra informação trazida pelo relatório diz respeito ao prazo de maturação dos projetos para que seus efeitos sejam de fato vistos. Se os dados do relatório estiverem corretos, podemos ter grandes expectativas em relação ao próximo ano, uma vez que 55% dos projetos possuem previsão de impacto para seus beneficiários já em 2019 (as principais exceções são os projetos nas áreas de inclusão financeira e de energia, clima e meio ambiente, que tendem a serem projetos de duração mais longa).
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O relatório também destacou o caráter de inovação da tecnologia ao afirmar que 66% dos projetos baseados em blockchain oferecem soluções melhores do que as que existem atualmente nos mercados tradicionais, contra apenas 14% que podem ser considerados apenas como uma solução adicional.
Como era de se esperar, o uso da tecnologia ainda é majoritariamente feito para situações de registro e verificação de informações (26%) e para transações financeiras (25%). Logo atrás, vem o uso para plataformas de vendas, com cerca de 20%, e para cadeias de suprimentos (13%).
Quanto aos setores que possuem a maior quantidade de projetos, temos aqui a primeira surpresa. Muitas pessoas costumam associar o uso da blockchain a transferências de valores, registros de documentos ou então ao lançamento de captação de recursos (como as ICOs). No entanto, a Universidade de Stanford identificou o setor de saúde como o detentor da maior quantidade de projetos, com 25%, praticamente o dobro dos projetos dedicados à inclusão financeira (13%).
Além dessas informações centrais, o relatório traz diversos dados sobre cada setor, de forma específica, e apresenta as principais empresas que se destacaram em cada mercado. Para conferir todas as informações, basta acessar o relatório aqui.