A “primeira onda” de adoção de blockchain será liderada por plataformas autorizadas focadas em casos de uso ou bases de usuários específicos, de acordo com um novo relatório da União Europeia (UE), divulgado pela agência de notícias Coindesk.
O Fórum e Observatório de Blockchain da UE publicou o “relatório temático” na semana passada, produzido em seu nome pela ConsenSys AG e intitulado “Escalabilidade, Interoperabilidade e Sustentabilidade de Blockchains”.
O documento argumenta que blockchains focadas em atender as necessidades específicas dos usuários fornecem “uma grande flexibilidade” em comparação com blockchains públicas. Construtores de plataformas privadas também têm mais liberdade para projetar desempenho e segurança, dizem os autores.
A organização da UE conclui, portanto, que um pequeno número de redes de blockchain globais surgirá como “a espinha dorsal de uma Internet de Valor”.
No entanto, continua, três principais desafios permanecem: escalabilidade, ou seja, a capacidade de realizar grandes volumes de transações em alta velocidade; interoperabilidade, sendo capaz de trocar dados através de blockchains; e sustentabilidade, plataformas “ambientalmente responsáveis” com viabilidade de longo prazo.
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O grupo afirma:
“Parece claro para nós que um multiverso de blockchains independentes que não podem interoperar seria severamente limitado. Os usuários de plataformas blockchain acharão vantajoso poder trocar dados e fazer transações entre redes também: uma cadeia de saúde conectando-se à uma cadeia de seguros, uma cadeia imobiliária conectando-se a uma cadeia de materiais de construção ou manufatura, e assim por diante.”
Se as plataformas blockchain forem bem-sucedidas, elas deverão ser capazes de escalar para atender às necessidades de seu público-alvo, acrescentou.
O fórum da UE também espera que a tecnologia blockchain “torne-se menos intensiva em energia ao longo do tempo”.
Quanto ao que criará projetos bem-sucedidos de blockchain em grande escala, o relatório disse que as equipes precisarão de “uma visão clara” do que desejam alcançar, “uma razão clara” para usar blockchain sobre tecnologias tradicionais, “fortes estruturas de governança” e “compartilhamento” de esforço e perícia entre as diversas partes interessadas.
Embora a Europa tenha sido “muito favorável” ao ecossistema de blockchain, os autores disseram que “ainda há muito a ser descoberto e desenvolvido”. Portanto, a organização acredita que “uma abordagem leve, permitindo a experimentação”, é o melhor caminho a ser seguido.
Os autores escrevem:
“Tanto os EUA quanto a China expressaram forte apoio à pesquisa de blockchain, com a primeira chegando ao ponto de incluí-la como parte de seu orçamento de defesa de 700 bilhões de dólares. Recomendamos, portanto, que a UE continue com seu forte apoio, visando tanto a pesquisa básica como o apoio à implementação de projetos relacionados a infraestrutura em particular, bem como a pesquisa em tópicos não técnicos, como a governança de projetos de blockchain.”
O Fórum e Observatório de Blockchain da UE foi lançado pela Comissão Europeia no início do ano passado com o objetivo de identificar as principais iniciativas, acompanhar a evolução e promover ações comuns no domínio da tecnologia blockchain.
O grupo espera publicar outro relatório blockchain focado em questões de privacidade e confidencialidade no segundo semestre de 2019.
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