A empresa de mobilidade urbana Uber pretende explorar o potencial das stablecoins, de acordo com Dara Khosrowshahi, CEO da empresa. O comentário veio durante uma apresentação do CEO no Bloomberg Tech Summit, realizado em São Francisco.
De acordo com Khosrowshahi, as stablecoins são um divisor de águas para empresas globais, bem mais do que o Bitcoin. Por isso a Uber poderia utilizá-las para fazer transferências globais de dinheiro mais rápidas e baratas.
“Ainda estamos em fase de estudo, eu diria, mas a stablecoin é uma das instâncias, para mim, mais interessantes de criptomoedas, que tem um benefício prático além das criptomoedas como reserva de valor. Então, isso é muito interessante para nós e definitivamente vamos dar uma olhada”, disse Khosrowshahi.
Notavelmente, stablecoins são criptoativos projetados para manter um valor “estável” em comparação com criptomoedas altamente voláteis como o Bitcoin. Elas são atreladas a alguma moeda fiduciária (como o dólar ou euro) ou a ativos reais, como o ouro.
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Adoção de stablecoins dispara
Para o CEO da Uber, stablecoins são bastante promissores, especialmente para empresas globais. Nesse sentido, as companhias podem utilizar esses tokens para movimentar dinheiro globalmente, cortando custos. E os clientes da Uber poderiam utilizar as stablecoins como uma forma segura de pagamento.
Isso não significa que Khosrowshahi não enxerga valor no Bitcoin, mas sim que ele vê as stablecoins como uma ferramenta melhor para fazer certas funções.
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“Obviamente, você pode ter suas opiniões sobre o Bitcoin, mas é uma commodity comprovada e, como você sabe, as pessoas têm opiniões diferentes sobre seu futuro”, completou o CEO.
Hoje as stablecoins possuem mais de US$ 250 bilhões em valor de mercado e contam com uma demanda global. No Brasil, o uso desses tokens disparou no mês passado, sobretudo após o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF. Isso mostra que as stablecoins também são uma forma de driblar controles de capitais.
Apesar da crescente adoção de stablecoins nos EUA, o país carece de uma estrutura regulatória clara para elas. Recentemente, o presidente Donald Trump tomou a iniciativa de estabelecer diretrizes abrangentes para a regulamentação de stablecoins. Mas as leis STABLE e GENIUS ainda estão tramitando no Congresso americano.
Curiosamente, o aumento na demanda por stablecoins coincide com a crescente incerteza regulatória nos EUA. Peter Schiff, defensor do Bitcoin, criticou o uso crescente de stablecoins, citando preocupações com o futuro incerto da Lei GENIUS.
Em 2021, o CEO da Uber expressou abertura para aceitar Bitcoin e outras criptomoedas após analisar suas vantagens. No entanto, ele descartou investir em Bitcoin como ativo de tesouraria da empresa. No ano seguinte, o CEO confirmou que a plataforma aceitaria criptomoedas “com certeza” no futuro, mas citou preocupações com os altos custos de transação.
Outras empresas globais também estão explorando as vastas oportunidades dos stablecoins. Por exemplo, a Stripe lançou novos produtos que aproveitam o poder da IA e das stablecoins para impulsionar o crescimento dos negócios.
