A Tron, uma das 10 maiores criptomoedas do mercado, é acusada de ter plagiado códigos do Ethereum e de outros projetos de criptomoedas, segundo pesquisadores do Digital Asset Research (DAR), que afirmam também que os desenvolvedores da Tron alteraram nomes de arquivos para dificultar a identificação da origem do código.
O DAR publicou um artigo no Medium sobre o plágio e os problemas legais e técnicos que podem afetar a rede Tron daqui para frente. “Em 31 de dezembro de 2017, o projeto foi inicialmente acusado de violar a Licença Pública Geral Reduzida GNU v3.0 (LGPL) porque ele não menciona que seu cliente, Java-Tron, foi derivado do EthereumJ, que é uma dos primeiras bibliotecas Ethereum”, escreveu DAR, acrescentando que:
“Embora o projeto posteriormente tenha adicionado a linguagem de licença LGPL relevante a 14 dos arquivos, encontramos várias instâncias de código que foram copiadas textualmente ou levemente modificadas da EthereumJ, ainda sem referência apropriada.”
A CCN conversou com Lucas Nuzzi, da DAR, que forneceu a imagem abaixo em apoio às alegações de plágio. Lembrando que, como mostrou o Criptomoedas Fácil, a Tron já havia sido acusada de plágio anteriormente por diversas cópias sem referência encontradas em seu white paper.
“Acima, você pode ver que os desenvolvedores da Tron passaram pelo incômodo de mudar o título de algumas funções para esconder o plágio, como evidenciado pelo commit d4ad9c9. Não há razão válida para mudar o nome da classe pública do EthereumJ, por exemplo, para “dataBaseName”, além de dificultar o rastreamento das similaridades entre os dois repositórios”, afirmou Nuzzi.
Como mostra a CCN, Nuzzi explicou que, além das possíveis preocupações legais e éticas em torno do código plagiado, a base de código também enfrenta problemas técnicos que podem ser muito significativos.
“O problema é quando você redireciona o código originalmente desenvolvido para uma arquitetura de sistema completamente diferente e não tem tempo suficiente para testá-lo completamente. Vulnerabilidades que não eram aplicáveis ao sistema original agora são aplicáveis a um novo. O plágio é ruim, mas a preocupação aqui está relacionada às vulnerabilidades desconhecidas que podem surgir quando você combina todos esses módulos juntos. Não há nada errado em experimentar, mas a comunidade deve definitivamente ajustar as expectativas.”
Os pesquisadores do DAR não foram financiados especificamente para pesquisar a base de código da Tron.
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“Meu trabalho é realizar uma profunda diligência técnica para nossos clientes, o que envolve a análise de toda a base de código dos projetos que cobrimos, e foi o que fiz com a TRON”, disse Nuzzi. “A maior parte de nossa pesquisa é exclusiva de nossos clientes, mas sempre que encontramos algo de que toda a comunidade pode se beneficiar, nós a compartilhamos.”
Com a migração da rede principal, prevista para 25 de junho, é possível que a Tron enfrente vários problemas técnicos e jurídicos que afetarão negativamente o desempenho e o sucesso do projeto. A equipe da Tron não se manifestou oficialmente ainda sobre o assunto.