A rede Tron anunciou a criação de uma nova Unidade de Crimes Financeiros, chamada “T3”. O objetivo é monitorar e combater atividades ilícitas relacionadas ao uso da stablecoin USDT em sua blockchain. A iniciativa resulta de uma parceria com a Tether, emissora do USDT, e a TRM Labs, empresa especializada em prevenção de crimes financeiros no ecossistema digital.
A criação da T3 reflete uma crescente preocupação com o uso inadequado das criptomoedas, sobretudo no contexto do aumento do uso de stablecoins. A Tron, que vem expandindo significativamente sua participação no mercado de finanças descentralizadas (DeFi), decidiu tomar medidas proativas para garantir a segurança e integridade de sua rede.
Em agosto de 2024, a Tron experimentou um aumento substancial no valor total das stablecoins em sua rede. Na ocasião, o valor de mercado das stablecoins atingiram US$ 60 bilhões. A maior parte desse montante é representada pelo USDT, que sozinho alcançou um valor de mercado de US$ 58,5 bilhões.
Esse crescimento, embora positivo para a rede, também levanta preocupações sobre o uso indevido de criptomoedas para atividades ilegais, como lavagem de dinheiro e financiamento ilícito. Por isso, a criação da Unidade T3 surge em um momento crucial, visando combater esses riscos.
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Tron e a unidade T3
A nova unidade será responsável por monitorar transações suspeitas e prevenir crimes financeiros que possam ocorrer dentro da rede Tron, especialmente aqueles relacionados ao USDT. A parceria entre Tron, Tether e TRM Labs reforça a capacidade técnica e operacional da T3 para identificar padrões de comportamento ilícito, utilizando tecnologia avançada de análise on-chain e ferramentas de inteligência artificial.
Justin Sun, fundador da Tron, comentou sobre a iniciativa, destacando a importância de combater práticas ilegais no ecossistema de criptomoedas.
“A Tron foi criada com o propósito de usar a tecnologia para o bem, empoderando pessoas ao redor do mundo. Atividades ilícitas não têm lugar em nossa indústria”, afirmou Sun, reforçando o compromisso da rede com a integridade e a segurança.
Dados do relatório da TRM Labs de abril de 2024 apontam que, em 2023, a rede Tron abrigou 45% de todo o volume de atividades ilícitas no ecossistema de criptomoedas. Trata-se de um aumento em relação aos 41% registrados em 2022. Esse histórico de condutas ilegais reforça a necessidade da criação de uma unidade dedicada à prevenção desses crimes.
Além disso, o relatório destacou um aumento preocupante no uso de USDT por grupos terroristas. Em 2023, houve um crescimento de 125% nas direções vinculadas a campanhas de financiamento do terrorismo utilizando a rede Tron.