Quase 30 anos após o fim da hiperinflação, o tema da alta nos preços volta a ser tema de discussões. O índice oficial de preços do Brasil (IPCA) voltou a subir em agosto. Como resultado, o Brasil volta a temer a inflação de dois dígitos, algo que não acontecia desde 2016, no auge da crise Dilma.
Consequentemente, o real brasileiro derrete cada vez mais. Quem tinha R$ 100 em 1994 hoje só compraria o equivalente a R$ 14,59. Na prática, o brasileiro ficou mais pobre ao longo do tempo.
O aumento nos preços é a principal forma na qual a inflação se manifesta, mas não é a única. A inflação também se manifesta através de formas mais ocultas e perniciosas. Neste texto você conhecerá outras três formas de identificar quando os bens ficaram mais caros.
Inflação setorial
Quando o governo imprime dinheiro – algo que de fato causa inflação – não são todos os preços que sobem ao mesmo tempo. Esses aumentos podem ser mais localizados dependendo da forma como esse dinheiro é distribuído na economia.
Por exemplo, imagine que houve a criação de uma linha de crédito específica para a construção civil. Esse crédito, por sua vez, será utilizado na compra de materiais para a construção dos imóveis. Logo, o preço desses materiais sofrerá um aumento de preços mais intensos, pois a demanda por eles aumentou.
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Em contrapartida, a inflação não necessariamente atingirá setores que não estão relacionados com a construção civil, como o setor de tecnologia, por exemplo. Esses setores podem experimentar aumento de preços apenas no futuro, ou pode até sofrer deflação.
Em suma, esse tipo de inflação tende a atingir com mais força os setores para os quais o dinheiro é direcionado.
Diminuição de qualidade dos produtos
Apesar de estar associada com o aumento de preços, a inflação nem sempre traz essa consequência. Afinal, o preço é o principal item visto pelos consumidores, de modo que aumentá-los constantemente pode levar uma empresa a perder consumidores.
Nesse sentido, existem outras duas formas de repassar a inflação sem afetar os preços. A primeira delas é reduzir a qualidade dos produtos, isto é, trocar os produtos por versões de menor qualidade, porém com preço mais barato.
Ao fazer isso, o produto perde em qualidade, mas em compensação mantém seu preço mais barato. Neste caso a inflação consumiu a qualidade do produto e não o preço.
Encolhimento das embalagens
A segunda forma de repassar a inflação sem aumentar os preços é diminuir a quantidade do produto vendido. Tal fenômeno é conhecido lá fora como shrinkflation, uma mistura das palavras shrink (encolher) com inflation (inflação). O equivalente em português seria algo como “reduflação” ou “encolhinflação”.
Funciona da seguinte maneira: imagine um pacote de biscoitos de 350g que custa R$ 2,00. Com a alta da inflação, o pacote manteve o mesmo preço, mas agora tem apenas 275g de peso. A inflação “roubou” 75g do produto.
Embora seja uma forma de mascarar a inflação, os consumidores tendem a perceber as mudanças nas embalagens. Dessa forma, a reduflação também é bastante impopular.
Por fim, cabe destacar que essas medidas são respostas contra a verdadeira causa da inflação, que é o aumento de dinheiro em circulação na economia. Quanto mais dinheiro existe no mercado, menor é o valor que ele consegue comprar em termos de bens e serviços.
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