A Polícia Civil de Rondônia detalhou nesta quarta-feira (19) uma operação que desarticulou um esquema interestadual de tráfico de drogas que utilizava criptomoedas como forma de pagamento. As investigações apontam que a quadrilha recorria a essas transações para dificultar o rastreamento de valores e manter o fluxo de recursos entre Rondônia e Mato Grosso do Sul.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo mantinha uma rede organizada que operava desde a aquisição e análise da droga até o transporte e a lavagem do dinheiro. Um químico integrava a estrutura e era o responsável por avaliar a pureza dos entorpecentes antes da distribuição. A logística contava com rotas fixas entre os dois estados, com apoio de motoristas e intermediários encarregados de deslocar carregamentos de forma contínua.
A investigação também identificou a existência de empresas de fachada e utilização de laranjas para movimentar recursos e dar aparência de legalidade às operações financeiras. Os pagamentos realizados em criptomoedas complementavam esse processo, ampliando as dificuldades de rastreamento e contribuindo para a expansão do esquema.
Criptomoedas para ocultar valores
Entre os alvos investigados estão empresários, o filho de um vereador e uma estudante de Medicina. A polícia afirma que cada integrante desempenhava funções específicas na cadeia criminosa, desde a gestão operacional até o suporte financeiro.
A operação ocorre simultaneamente em diversas cidades rondonienses, como Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Vilhena, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e São Felipe d’Oeste. Os agentes também cumpriram ordens judiciais em Campo Grande e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, pontos estratégicos na rota de distribuição da droga.
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Ao todo, o Poder Judiciário autorizou 78 medidas cautelares. Entre elas estão nove mandados de prisão e 23 de busca e apreensão. A operação também determinou o bloqueio e o sequestro de bens avaliados em aproximadamente R$ 15 milhões, incluindo veículos, contas bancárias e outros ativos associados ao grupo.
A Polícia Civil informou que o trabalho ainda está em andamento e que novas etapas podem ocorrer conforme o avanço da análise de documentos e dispositivos apreendidos.


