A expectativa em torno de novidades envolvendo a Tezos (XTZ) continua. Com lançamento previsto para fevereiro, a data foi mais uma vez adiada, deixando frustrados diversos apoiadores e investidores que ajudaram o token a tornar-se um dos mais lucrativos da história das ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês).
Se por um lado o lançamento parece cada vez mais distante (ainda não houve sequer um anúncio oficial sobre o tema), as movimentações nos bastidores tornaram-se mais ativas nos últimos dias, embora ainda de forma descoordenada.
Uma das principais novidades foi o anúncio da criação da Tezos Commons Foundation (TCF). A nova fundação foi anunciada através de um post no Reddit há três meses, mas apenas no final de março as atividades foram lançadas oficialmente, juntamente com uma conta no Twitter.
Segundo o comunicado de lançamento, a TCF surgiu de uma união de apoiadores, investidores, desenvolvedores, líderes e outros membros para auxiliar a Fundação Tezos a “superar sua atual paralisia e cumprir sua missão de fornecer suporte ao protocolo Tezos.”
Voz e história
A origem da TCP pode ser remetida até dezembro de 2017. No dia 12 daquele mês, foi divulgado um manifesto através do site tezos.help. O documento, intitulado The Story and Voice of Tezos Community (A História e Voz da Comunidade Tezos, o mesmo que foi postado no Reddit algum tempo depois) afirma que a TCF surgiu através da união de toda a comunidade em sua reprovação aos rumos que a Fundação Tezos estava tomando, e tece duras críticas ao ex-presidente do órgão Johann Gevers. Gevers presidiu a Fundação até fevereiro, quando renunciou ao cargo.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Gevers, entre outras coisas, foi acusado de travar uma série de intrigas com os fundadores da Tezos, o casal Arthur e Kathleen Breitman, que controlam a propriedade intelectual associada à moeda através da sua empresa Dynamic Ledger Solutions. A briga chegou a tal ponto que cogitou-se realizar um fork antes mesmo do lançamento oficial da moeda – algo que não chegou a acontecer.
Além do manifesto e das críticas a Gavers e à Fundação, a TCF também lançou uma petição na qual aponta as principais falhas encontradas na condução do projeto:
1) falha crítica de comunicação com os investidores, a comunidade de desenvolvimento e os fundadores;
2) falha em financiar, apoiar e interagir com os desenvolvedores para preparar a rede para o lançamento;
3) completa falta de gerenciamento e falha em prosseguir com as metas do projeto que foram declaradas antes da ICO;
4) dificuldade da Fundação em contratar e usar uma empresa de relações públicas em tempo hábil e atrasos na comercialização e obtenção de boa vontade ao nome Tezos;
5) alegações de improbidade por Gevers;
6) o vazamento informações para a imprensa, por parte de Gevers, sobre assuntos internos da Fundação;
7) a falha de Gevers em administrar a Fundação da forma pretendida, conforme descrito pela carta e termos apresentados à comunidade. Sua má gestão de uma Fundação dotada de um grande caixa de fundos e seu recente fracasso em outras iniciativas tecnológicas.
Propostas da TCF
Segundo o manifesto, a proposta da TCF não é a de substituir a Fundação Tezos, mas sim de trabalhar com esta como parceira e auxiliá-los (e também os fundadores da moeda) a resolver os problemas de gestão e de lançamento envolvendo a moeda. Eles se posicionam contrários aos processos que foram movidos contra a moeda e afirmam seu apoio ao casal Breitman.
“Não apoiamos nem incentivamos as ações coletivas pendentes contra a Tezos nos Estados Unidos, que denunciamos como sem mérito, e oferecemos nosso total apoio a Kathleen & Arthur Breitman e aos principais desenvolvedores. A Comunidade Tezos admira seu trabalho heróico, apesar das circunstâncias difíceis”, afirma o manifesto.
Além do apoio à comunidade e ao suporte dado aos fundadores, a TCF também lista um conjunto de reivindicações que, segundo eles, constituem o “coração da petição da comunidade”. Dentre elas, estão:
1) independentemente do estado atual ou do resultado da auditoria, a renúncia imediata ou demissão de Gevers. A comunidade não tem mais confiança em sua liderança (Gevers pediu demissão em fevereiro);
2) esclarecimento imediato sobre se Gevers tentou ou não pagar a si próprio 750 mil XTZ, e se ele declarava esse bônus como o equivalente a 300 mil francos suíços (CHF);
3) publicação completa e transparente para a comunidade, pelo consultor jurídico da Fundação, sobre a auditoria que investiga alegações contra o sr. Gevers;
4) com efeito imediato, o desembolso de um orçamento considerável para a equipe de desenvolvimento principal, para a conclusão do desenvolvimento, teste e implantação da rede;
5) com efeito imediato, o desembolso de um orçamento considerável para financiamento de programas comunitários, tais como, mas não limitado a: financiamento de um programa de recompensas de bug; utilitários auxiliares Tezos (como carteiras); software de delegação e sistema de baking; exploradores de blockchain; o programa Validator Audit; fóruns comunitários e outros projetos que, até o momento, se financiaram com recursos da comunidade;
6) introduzir procedimentos de governança na Fundação para dar voz aos membros da comunidade. A Fundação trabalhará com a comunidade para encontrar um método aceitável para garantir que sua voz seja adequadamente considerada.
Conclusão
Se a entrada em uma nova fundação irá beneficiar ou prejudicar a percepção do mercado em relação ao futuro da Tezos, isso é impossível de afirmar no momento. Mas pode contar como positivo o fato de que após meses de hiato e falta de comunicação, o projeto parece estar fornecendo alguma direção para os seus apoiadores e investidores.
Agora resta aguardar se as melhorias propostas pela TCF serão realmente implementadas para que, enfim, o lançamento da moeda seja efetuado.