A Tether ultrapassou, nesta segunda-feira (19), a Alemanha como uma das maiores detentoras de títulos da dívida pública dos Estados Unidos. A empresa agora possui mais de US$ 120 bilhões em Treasury Bills. Enquanto isso, o país europeu detém cerca de US$ 111,4 bilhões, conforme dados do Departamento do Tesouro dos EUA.
A empresa responsável pela maior stablecoin do mundo, é uma das maiores credoras do governo americano. A Tether utiliza as Treasury Bills como estratégia de reservas diversificadas para respaldar e lastrear sua stablecoin, a USDT. De acordo com a empresa, a estratégia garante maior liquidez do que armazenar dólares em instituições financeiras.
Além disso, o relatório de atestação do primeiro trimestre de 2025, divulgado pela própria Tether, destacou que a conquista revela uma estratégia conservadora da empresa e papel crescente na distribuição de liquidez em dólares em escala global. Durante o ano de 2024, a Tether já figurava entre os principais compradores de títulos do Tesouro dos EUA, superando países como Canadá, Taiwan, México, Noruega e Hong Kong.
O CEO da Tether, Paolo Ardoino, comentou que o marco alcançado pela empresa destaca o compromisso com uma gestão conservadora de reservas, essencial para sustentar a confiança na USDT. Além disso, segundo ele, a estabilidade das reservas se mostrou especialmente crucial durante o primeiro trimestre de 2025, quando as aplicações em títulos e ouro quase compensaram as perdas ocasionadas pela volatilidade do mercado cripto.
Regulação e o futuro de stablecoins como a Tether
Embora a Tether seja uma das maiores credoras dos EUA, as stablecoins ainda não são regulamentadas no país. Desse modo, a proposta conhecida como Stablecoin Transparency and Accountability for a Better Ledger Economy (STABLE) Act, que visa estabelecer diretrizes claras para emissores de stablecoins, aguarda debate e votação na Câmara dos Representantes após aprovação preliminar no Comitê de Serviços Financeiros.
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Além disso, o projeto GENIUS Act, foca na colateralização para emissores de stablecoins para garantir o cumprimento das leis de Prevenção à Lavagem de Dinheiro. No entanto, atualmente ele enfrenta obstáculos políticos. No último dia 14 de maio, mais de 60 líderes do setor cripto se reuniram em Washington para apoiar a proposta. Isso ocorre após ela estagnar com críticas de parlamentares democratas.
Enquanto isso, no Brasil, o Banco Central planeja enquadrar as stablecoins como operações de câmbio, o que pode dificultar a vida da Tether no país.