A Tether, empresa responsável pela missão da stablecoin USDT, anunciou que não se adequará às novas regras estabelecidas pelo Regulamento para o Mercado de Criptoativos (MiCA), que entrará em vigor na União Europeia (UE) no próximo mês de julho.
De acordo com o CEO da empresa, Paolo Ardoino, ainda não foram tomadas medidas para que a Bitfinex e as stablecoins emitidas pela Tether se ajustem às novas regulamentações da UE. Ardoino expressou preocupação quanto ao desenvolvimento do setor de criptomoedas na Europa, descrevendo a regulamentação como excessivamente restritiva.
As exigências da MiCa incluem o registro e licenciamento de emissores de stablecoins, bem como a conformidade com padrões de capital e reservas líquidas 1:1. Ardoino destacou a dificuldade de cumprir essas normas, especialmente para empresas menores, ressaltando a necessidade de flexibilidade para lidar com reembolsos instantâneos.
Tether não seguirá regras da UE
Além disso, as regras estipulam que os depósitos em dinheiro devem ser distribuídos entre pelo menos seis instituições bancárias, o que é desafiador dada a relutância dos bancos europeus em lidar com esse tipo de negócio.
“Na Tether, o que nos incomoda particularmente nesta parte específica do MiCA é que, se você for um pequeno emissor de stablecoin, 30% de suas reservas devem consistir em depósitos em dinheiro em um banco. No caso de stablecoins de tamanho sistêmico como o nosso, esse requisito sobe para 60%!”, disse.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Diante das dificuldades para cumprir as regulamentações, a Tether poderá ser expulsa do mercado regulado da UE, enquanto continua dialogando com os reguladores. Espera-se que as exchanges de criptomoedas na região suspendam a negociação de USDT, com algumas plataformas já adiantando essa medida.
A entrada em vigor da MiCa provavelmente impactará significativamente o comércio de USDT e outras stablecoins lastreadas em dólares nos mercados europeus, uma estratégia da UE para promover o uso de stablecoins vinculadas ao euro.
Essa decisão pode redefinir o panorama das criptomoedas na Europa, estimulando a adoção de alternativas locais e impactando o fluxo de transações internacionais.