A Tether, emissora da principal stablecoin do mercado, a USDT, começou a reduzir o ritmo de criação de novas unidades da moeda. Esse movimento, ainda que sutil, desperta preocupação entre investidores, já que a stablecoin atua como um dos principais motores de liquidez no ecossistema das criptomoedas.
Nos últimos 60 dias, a emissão de USDT aumentou em cerca de US$ 10 bilhões, número expressivo, mas distante dos picos anteriores, que chegaram a US$ 21 bilhões.
Esse enfraquecimento sugere uma menor entrada de capital novo no setor de ativos digitais, conforme aponta a empresa de análise on-chain CryptoQuant. De acordo com o relatório, expansão semanal de stablecoins caiu para US$ 1,1 bilhão, bem abaixo dos US$ 4 a 8 bilhões que sustentaram a alta do Bitcoin no final de 2024.
Tether e liquidez em transformação no mercado cripto
A redução na emissão de stablecoins acontece em um momento de cautela. Embora as reservas em exchanges tenham alcançado um recorde histórico de US$ 68 bilhões, com a USDT respondendo por US$ 53 bilhões, o ritmo mais lento de crescimento indica uma pausa no fluxo de capital fresco.
Isso significa que, mesmo havendo poder de compra acumulado, a ausência de expansão robusta pode limitar o potencial de novas altas. Para o Bitcoin, essa realidade impõe desafios. Afinal, com menos liquidez circulando, a tendência é de maior consolidação de preços em vez de movimentos fortes de valorização.
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Esse cenário também reforça a percepção de que os próximos meses podem ser marcados por fases de estabilidade, mais do que por avanços expressivos. Além da desaceleração do USDT, o mercado encara um fator sazonal. Historicamente, setembro é considerado um mês frágil para o Bitcoin e outros criptoativos.
Nesse período, investidores costumam ajustar carteiras, realizar lucros e buscar liquidez para despesas de fim de ano, o que aumenta a pressão vendedora. Mesmo assim, as expectativas não são apenas negativas. O olhar dos investidores se volta para a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) da Fed, nos dias 16 e 17 de setembro.
Há especulações de que o banco central americano possa flexibilizar sua política de juros, o que poderia reaquecer o apetite por ativos de risco, incluindo o Bitcoin.
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