Mais de um ano após a China proibir a troca entre a moeda fiduciária local e os criptoativos, os traders chineses continuam a impulsionar o mercado usando a stablecoin Tether (USDT), que é atrelada ao dólar norte-americano.
“As empresas que executam trade de criptomoedas não possuem acesso a serviços bancários na China, mas estão prosperando”, disse o cofundador da Dragonfly Capital Partners Alexander Pack.
As empresas superaram essa restrição bancária usando stablecoins. Conforme mostra a ferramenta Coinmarketcap, a atividade do USDT atingiu o maior volume de negociação este mês desde seu lançamento, com um valor no mercado global superior a US$4 bilhões. O Tether é usado entre 40% a 80% de todas as transações nas exchanges Huobi e Binance, que atualmente oferece empréstimos colateralizados por USDT.
Porém, como esse ativo é favorecido nas negociações de balcão (OTC), o volume oficial de câmbio dificilmente mostra o cenário completo.
Os dados da CoinMetrics, que contabilizam um ano inteiro de transações, detectaram um pico anual de atividade em 07 de agosto, com 78.100 carteiras ativas no USDT e quase 21.300 para a contrapartida baseada no Ethereum USDT. De fato, de acordo com o site ETHGasStation, o Tether pagou quase US$261.000 em taxas para os mineradores do Ethereum, apenas para executar esta versão secundária da stablecoin. Outra stablecoin emitida pela Tether está a caminho, desta vez atrelada ao yuan chinês.
Considerando o montante citado, os corretores do USDT conquistaram um nicho lucrativo em 2019, especialmente os que fornecem liquidez fiduciária.
“A Tether tem uma liquidez realmente boa na China”, disse um investidor chinês que falava sob a condição de anonimato à CoinDesk. “Um dos principais casos de uso é a negociação de criptomoedas. Também é visto com certa regularidade o uso o Tether para o comércio transfronteiriço.”
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