A Tether, empresa responsável pela stablecoin USDT, apresentou a primeira demonstração de sua wallet nativa, construída com recursos de DeFi e inteligência artificial (IA). O anúncio foi feito por Paolo Ardoino, CEO da companhia, em suas redes sociais.
Na demonstração, Ardoino mostrou como um usuário pode criar uma carteira usando o Tether WDK, o kit de desenvolvimento que a empresa lançou em código aberto. A partir de um iPhone, foi possível visualizar o processo de configuração da wallet, incluindo a importação de uma frase-semente, a escolha de um nome e até a personalização com um avatar.
De acordo com o executivo, a proposta é oferecer uma solução de autocustódia que funcione de forma independente de servidores externos. Com isso, todos os dados sensíveis, como chaves privadas, sessões e configurações, permanecem sob controle total do usuário. A Tether destacou que o WDK não armazena segredos nem informações em servidores, apenas processa as solicitações e encaminha as transações diretamente para a blockchain escolhida.
A interface apresentada ainda se assemelha a de uma wallet tradicional. Nela, é possível verificar saldo, histórico de transações e lista de tokens como USDT, Bitcoin e XAUt, a stablecoin da Tether lastreada no ouro. Além disso, o envio de fundos ocorre de maneira semelhante às carteiras já conhecidas.
No entanto, a grande diferença está nas funcionalidades adicionais que o WDK promete entregar. Ardoino explicou que a ferramenta inclui primitivas de programação para adicionar recursos de empréstimos, trocas e outras operações de DeFi. O código aberto deve permitir que desenvolvedores construam versões móveis e de desktop com diferentes camadas de segurança e estratégias de backup de sementes.
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Wallet da Tether
Outro ponto destacado foi a compatibilidade com múltiplas blockchains, entre elas Ethereum, Polygon, Arbitrum, Bitcoin, TON e Spark. O sistema contará com uma API unificada, permitindo que a interface seja padronizada para todas as redes. Essa camada de abstração também deve possibilitar transações sem custo de gas e lógica de tarifas personalizada, especialmente em blockchains compatíveis com EVM.
A Tether também aposta na integração de agentes autônomos de inteligência artificial. Diferente de soluções que dependem de servidores, o WDK executa esses agentes localmente nos dispositivos, garante maior privacidade e reduz o risco de exposição.
Esse recurso será possível graças ao QVAC, uma estrutura modular de IA que a Tether desenvolve paralelamente. A proposta é que os usuários consigam delegar tarefas como envio de fundos, trocas, compras ou ações programadas para agentes inteligentes. Tudo isso processa-se localmente, com colaboração ativa em uma rede peer-to-peer descentralizada, totalmente protegida por criptografia robusta.
De acordo com a documentação técnica, o QVAC SDK permitirá a criação de micromódulos e agentes de inferência que funcionam em qualquer dispositivo, de forma escalável. A Tether desenvolve aplicações de tradução e monitoramento de saúde e pode adaptá-las diretamente ao ambiente do WDK.