As ações da república russa contra um dos maiores aplicativos de mensagens do mundo, o Telegram, muito famoso no universo das criptomoedas, uniu o aplicativo ao Bitcoin. Segundo as palavras de Pavel Durov, em seu canal Telegram, para burlar as regras russas e fazer o aplicativo funcionar no país continental, ele criou subvenções, realizando pagamentos em Bitcoin, para administradores de redes executarem redes privadas virtuais (VPNs) e outros serviços de proxy, com vistas a permitir que usuários acessem a plataforma mesmo com o embargo russo.
Durov ressaltou que esta não é uma ação com finalidade “comercial” tendo em vista que o mercado russo representa pouco mais que 7% dos usuários do Telegram, mas uma ação mais “política”, no sentido que visa garantir a liberdade da população russa de utilizar o serviço que é gratuito.
Nações como China e Irã, por exemplo, também impuseram sérias restrições a aplicativos de trocas de mensagens como forma de controlar as informações que saem do país e impedir, de certa forma, a organização de atividades que ataquem o governo (há suspeitas que no caso chinês o governo tenha certo controle do aplicativo WeChat).
“Eu comecei a distribuir doações de Bitcoins para indivíduos e empresas que executam socks5 proxies e VPN. Fico feliz em doar milhões de dólares este ano para esta causa e espero que outras pessoas sigam o exemplo. Chamei isso de Resistência Digital – um movimento descentralizado para liberdade digital e progresso global”, salientou Durov.
Embora a proibição russa já esteja em vigor, segundo Durov, o Telegram ainda não registrou queda significativa no uso, parte devido aos serviços de VPN e proxy existentes, e também porque os serviços em nuvem de terceiros permitem que os usuários conectem-se à plataforma. Segundo os agentes russos, a proibição do Telegram pode ser suspensa se a empresa entregar as chaves de criptografia às agências de segurança do país. No entanto, Durov se nega totalmente a fornecer as chaves requisitadas e acrescentou que “nós prometemos aos nossos usuários 100% de privacidade e preferimos deixar de existir do que violar essa promessa”.