“A partir do momento em que as pessoas começarem a enxergar o blockchain como tecnologia, e desvincularem as criptomoedas de um esquema de enriquecimento rápido, a adoção dessa tecnologia deve crescer. Para incentivar esse movimento, as empresas devem criar novas formas de utilização desses conceitos, que façam sentido e beneficiem a comunidade global”. A frase é de Justin Sun, o chinês de 29 anos que criou a criptomoeda TRON, em 2017, uma das mais valorizadas dos últimos anos.
Depois de adquirir o serviço de compartilhamento de arquivos BitTorrent e iniciar o ano de 2019 anunciando o BitTorrent BTT (um token que permite aos seus usuários acelerarem o compartilhamento de mídia em um ecossistema global), Sun confirmou em uma entrevista que irá lançar um produto para transmissão ao vivo (livestreaming) em alguns mercados até o final do ano.
Justin Sun não é um novato nessa tecnologia. Com menos de 25 anos, o milionário chinês fundou o Peiwo, um aplicativo bastante popular na China que combina e conecta usuários, analisando amostras de 10 segundos de voz e os interesses de cada um. O app permite aos usuários encontrar pessoas semelhantes para jogos online, participar de shows de talentos e fazer transmissões ao vivo.
Com um currículo bastante extenso para sua pouca idade, Sun integra a lista da Forbes China de milionários abaixo dos 30 anos e é um Davos Global Shaper desde 2014.
Uma nova maneira de consumir conteúdo
Se você usava a internet antes dos anos 2000, deve lembrar como era difícil assistir um vídeo online. As limitações da internet discada faziam a maioria das pessoas perder a paciência antes do vídeo ser baixado. Com a banda larga, o cenário mudou completamente, permitindo até mesmo o nascimento do YouTube, em 2005, a maior plataforma de streaming de vídeo até hoje. A forma de consumir conteúdo mudou. Vídeos, música e jogos online — tudo está ao acesso de um click, e sem ocupar espaço no seu computador!
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Um serviço de streaming pode disponibilizar seu conteúdo em dois formatos diferentes. O primeiro é o “on demand”, ou seja, você escolhe qual conteúdo quer ver no momento e acessa o servidor do serviço. Nessa categoria estão os canais de distribuição de vídeos pagos, como Netflix, HBO Go, Amazon Prime Video, entre outros, além dos canais de música, como Spotify e YouTube Music.
O segundo formato é o live streaming, a transmissão ao vivo do conteúdo online. É o tipo de streaming que acontece nas redes sociais, por exemplo, onde plataformas como Facebook, Instagram e, mais recentemente, o LinkedIn estimulam seus usuários a se conectar ao vivo com sua audiência.
Outro segmento que vem utilizando as transmissões ao vivo com sucesso são os cassinos online. Com o live streaming de alta definição do Betway Live Casino, por exemplo, os usuários têm a sensação de estar dentro de um cassino de verdade e participam de uma experiência muito mais realista e imersiva.
Já o Twitch, lançado em 2013, é outra plataforma popular de live streaming, principalmente para os fãs de videogames. De acordo com o site, 58% dos seus usuários passam mais de 20 horas por semana assistindo aos vídeos. A interação em tempo real proporcionada pela plataforma torna os jogos muito mais divertidos e as recompensas podem ser pagas em criptomoedas.
Um mercado ainda em ascensão
Os números do mercado de streaming ainda estão em franca ascensão. Além do anúncio feito por Justin Sun sobre o lançamento do seu serviço de transmissões ao vivo baseado em blockchain, ainda neste ano a Disney e a Apple devem colocar no mercado as suas operações sob demanda.
No ano passado, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica divulgou o relatório Music Consumer Insight Report 2018 afirmando que 86% dos consumidores de música utilizam algum tipo de serviço sob demanda. Além disso, o Brasil é um dos países que mais consome streaming no mundo, ficando atrás somente da Rússia e do México.
Nos Estados Unidos, a Recording Industry Association of America (RIAA), que representa as gravadoras norte-americanas, revelou que o streaming é responsável por 75% da renda obtida por essas empresas. Além de empresas como Spotify e Deezer, plataformas de rádio digitais e canais como o Vevo contribuem para essa conta. Somente no primeiro semestre de 2018, o streaming gerou mais de 3,4 bilhões de dólares nos Estados Unidos — e o segmento ganha 1 milhão de novos usuários a cada mês!
No Brasil, de acordo com a pesquisa Dataxis, a adesão a serviços de streaming de vídeo cresce 50% ao ano. Uma outra pesquisa, desta vez do Panorama Mobile Box/Opinion Time, afirma que atualmente um terço dos usuários de dispositivos móveis (celulares e tablets) no Brasil pagam por algum serviço de streaming de vídeo e áudio. E mais: com um crescimento de 25% ao ano, em 2020, 80% do tráfego na internet deve ser ocupado pelos vídeos, como mostrou a reportagem do jornal O Globo.
Como a blockchain está mudando esse mercado
A oferta de streaming aumentou muito o custo das operações, que precisam de servidores poderosos para armazenar todo o seu conteúdo. E esse custo é repassado aos criadores de conteúdo. A tecnologia blockchain promete reduzir esses custos e dar aos criadores de conteúdo acesso direto à sua receita. O blockchain também quer oferecer a tecnologia de “contrato inteligente”, com uma variedade de opções para o conteúdo ser armazenado e compartilhado sob um sistema altamente criptografado e seguro.
Com essa autonomia, tanto criadores quanto consumidores podem acessar e compartilhar o que gostam e monetizar seu conteúdo. Uma nova revolução está a caminho.