Enquanto países como Estados Unidos e Brasil ainda “brigam” para classificarem os criptoativos, a Suíça deu um passo além e realizou, na semana passada, a aprovação do primeiro ETP (Exchange Traded Fund) do mundo.
De acordo com o portal de notícias Bitcoinist, o ETP está sendo oferecido pela Amun Crypto, uma fintech baseada no Reino Unido, e começará a ser negociado na Six Swiss Exchange (SSE) a partir da próxima semana. A SSE é a principal bolsa de valores da Suíça e a quarta maior da Europa.
De acordo com o jornal britânico Financial Times, o ETP “foi projetado para rastrear um índice baseado nos movimentos de cinco principais criptomoedas”. A notícia, porém, não informou qual lista será utilizada, se será a da Coinmarketcap (a mais conhecida do mercado) ou outra.
Aproximadamente metade dos ativos do ETP (48%) serão investidos em Bitcoin (BTC). O restante será distribuído entre Bitcoin Cash (BCH), Ripple (XRP), Ether (ETH) e Litecoin (LTC).
O colunista do Financial Times Matt Floodm observa que o fundo foi elaborado de acordo com os padrões esperados dos fundos tradicionais negociados em bolsa. O mesmo afirmou Hany Rashwan, principal executivo da Amun.
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Rashwan descreve os objetivos do ETP:
“O ETP da Amun dará aos investidores institucionais que estão restritos a investir apenas em títulos ou não querem estabelecer custódia de ativos digitais com exposição às criptomoedas. Também fornecerá acesso para investidores de varejo que atualmente não têm acesso a trocas de criptografia devido a impedimentos regulatórios locais.”
De acordo com a reportagem, embora concorrentes como CoinShares e Grayscale existam, eles diferem em forma legal, enquanto apenas estão ligados à uma criptomoeda. A propagação do fundo será promovida pela Jane Street e Flow Traders.
O mais curioso, porém, é o ticker de negociação usado para designar o ETP: $HODL. Uma divertida referência ao famoso termo usado pelos membros da comunidade.
O Times destaca a chegada do fundo em meio ao menor valor de mercado do Bitcoin em mais de um ano. A aprovação de um ETF tem sido a fonte de muito hype no espaço dos criptoativos, que enxergam a aprovação do fundo como uma forma de trazer novas altas. Espera-se que um produto de fundos negociados em bolsa facilite a compra de Bitcoin por parte de investidores institucionais, dando mais volume de dinheiro ao mercado.
“A aprovação da listagem pela SIX reforça nosso posicionamento de que a Suíça é uma das principais jurisdições para projetos cripto. Afinal, em nenhum outro lugar é até então possível negociar índices em cripto no mercado de capitais. Prevemos que o movimento fortalecerá ainda mais o país enquanto um dos principais hubs de blockchain no mundo”, destacou Henrique Marcos, advogado na área de mercado de capitais e compliance regulatório e sócio do escritório de criptomoedas e blockchain CY2LAW.
A Suíça, que já tornou-se referência por causa do seu famoso Crypto Valley (berço de diversas startups de criptomoedas) se torna a nova esperança de que um ETF bem sucedido por lá possa aumentar a chance de aprovação em maiores mercados, como Estados Unidos e União Europeia.