A Strategy entrou em uma fase delicada do seu ciclo. Isso porque o mercado começou a questionar a estratégia corporativa de Bitcoin, já que os números mais recentes mostram um sinal de alerta importante. O mNAV básico caiu para 0,93, indicando que a companhia vale menos na bolsa do que o valor de seus próprios Bitcoins.
O recado é direto. Quando esse indicador fica abaixo de 1, o mercado passa a precificar toda a empresa por um valor inferior ao das suas reservas. Isso inclui o negócio de software, a marca, a gestão e a dívida. Assim, muitos analistas começam a discutir se a estratégia de tesouraria baseada em Bitcoin ainda sustenta a mesma força de anos anteriores.
A pressão aumentou porque as ações da Strategy (MSTR) acumulam uma queda forte. No premarket desta segunda-feira, o papel era negociado a US$ 201, após perder 56% desde o pico anual de julho, quando atingiu US$ 457. Esse movimento ampliou o debate sobre o real impacto da alavancagem usada para comprar BTC.
Mesmo com esse cenário, alguns indicadores continuam positivos. O mNAV diluído, por exemplo, ainda mostra 1,041. Enquanto isso, o mNAV de valor empresarial chega a 1,175. Esses múltiplos consideram tanto a possível conversão de ações quanto a dívida utilizada para adquirir BTC. Porém, o mercado segue mais atento ao mNAV básico porque ele elimina distorções contábeis.
Strategy vive momento delicado
A queda do múltiplo coloca em risco a narrativa que a própria Strategy ajudou a criar. Desde que adotou o Bitcoin como ativo primário de tesouraria, dezenas de empresas menores copiaram o modelo. Agora, a dúvida cresce. Se a maior empresa do setor não consegue manter um prêmio sobre suas reservas, as demais podem enfrentar pressões de liquidez e até vendas forçadas.
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Mesmo diante desse desafio, a Strategy continuou comprando agressivamente. A empresa adquiriu 8.178 Bitcoins na última semana, aproveitando a forte queda do mercado. O fundador Michael Saylor afirmou que estava “comprando bastante” e que os investidores ficariam surpresos com os números.
O preço médio pago, porém, revela outra dificuldade. A Strategy novamente “pegou a faca caindo”. O lote custou cerca de US$ 102.171 por BTC, acima do fundo recente de US$ 93 mil observado no domingo. Ainda assim, Saylor destacou que a empresa já acumula rendimento expressivo em BTC no ano.
Hoje, a Strategy mantém 649.870 Bitcoins, reforçando a vantagem sobre concorrentes como a Block. Apesar disso, a empresa precisou levantar capital por meio de várias classes novas de ações preferenciais, evitando diluir os acionistas comuns. A decisão ocorreu justamente porque o mNAV básico abaixo de 1 impede a emissão de novas ações ordinárias sem penalizar o valor da companhia.


