O Saara, que ocupa uma extensão territorial maior que o Brasil e que toda a Europa, é considerado o deserto mais quente do mundo e, a primeira vista, um território totalmente hostil em relação às atividades de mineração de criptomoedas. No entanto, não é isso o que pensa a startup Soluna, que pretende aproveitar o vento como energia renovável para movimentar a resolução dos hashs criptográficos.
De acordo com seu comunicado de imprensa, a Soluna pretende desenvolver uma usina de energia eólica de 900MW no Marrocos, que será combinada com as instalações de computação privadas da empresa para alimentar a blockchain de uma maneira sustentável e ecologicamente correta. Para tanto, a Soluma pretende construir 36 megawatts de capacidade até 2020. John Belizaire, CEO da Soluna, disse que a visão da empresa é impulsionar a tecnologia blockchain limpa e a energia renovável é essencial neste processo, além de ser uma área em que a empresa possui ampla expertise.
“A Soluna está apostando na onda da mineração de criptomoedas, que espera continuar no futuro e cuja lucratividade depende dos custos de energia usados na operação. À medida que mais sistemas e aplicativos avançam para a blockchain, a Soluna espera impulsionar a próxima onda de tecnologias e redes fornecendo energia verde e renovável para atender às demandas em evolução do ecossistema e em conformidade com as regulamentações locais”, diz o comunicado.
O deserto do Saara se estende por 11 países: Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali, Mauritânia, Marrocos, Níger, Saara Ocidental, Sudão e Tunísia, e seus ventos são tão fortes que cientistas da Nasa apresentaram um estudo que detalha que a areia do deserto viaja pelo oceano Atlântico até fertilizar a floresta Amazônica, no Brasil. O vento é tão forte que consegue carregar a areia rica em fósforo por quase cinco mil quilômetros, chegando até a América do Sul.