A fintech brasileira Swipe participou do LIFT, um laboratório de inovação de tecnologia financeira promovido pelo Banco Central do Brasil (Bacen), e sugeriu à instituição a adoção de um produto baseado em blockchain para a construção do Ecossistema de Pagamentos Instantâneos, um projeto do Bacen que visa melhorar os pagamentos realizados no Brasil.
Segundo o Bacen (ou BCB), com o projeto de construção deste ecossistema, “é possível construir um ecossistema competitivo, eficiente, seguro e inclusivo”, no qual “a ideia preliminar do modelo de negócio da liquidação é criar um módulo instantâneo em que existirá uma conta específica para cada participante para servir de funding para os pagamentos instantâneos e que poderá ser livremente movimentada no horário normal de funcionamento do STR [Sistema de Transferência de Reservas]. Quando o STR estiver fechado, o montante alocado previamente na conta deverá ser suficiente para viabilizar a efetivação dos pagamentos. O acesso a essas contas funcionaria por meio de um novo sistema independente do STR. A transferência de recursos entre os PSPs mobilizaria exclusivamente o saldo dessas contas. O BCB poderá incentivar a alocação de recursos nessa conta por meio do cumprimento de recolhimentos compulsórios, por exemplo”, segundo o documento do Bacen.
Em um post no Medium, a fintech revelou que desenvolveu uma “solução que simplifica os elementos básicos que todo aplicativo financeiro usa – ativos, contas e transferências – enquanto usa um back end baseado em DLT para fornecer rastreamento e histórico de transações de ponta a ponta, consistência de saldos e um aumento geral de eficiência para ambas startups e empresas estabelecidas.”
A solução, basicamente, utilizou um conceito de Switch para permitir as comunicações e transferências na rede e escolheu a blockchain da Stellar por conta de sua capacidade de processamento e para garantir a privacidade.
“Optamos por usar uma versão com permissão da Stellar Network para garantir melhor a privacidade do usuário, bem como para fazer testes de escalabilidade com controle total sobre configurações e hardware.”
Depois dos testes, segundo a empresa, os resultados foram animadores.
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“Nosso sistema mostrou-se capaz de processar e liquidar transações consistentemente em 5,8 segundos e atingir 105 transações por segundo , o que é igual à alta histórica das transferências bancárias diárias no Brasil atualmente (…) Desde então, melhoramos continuamente o nosso sistema e, no momento em que escrevemos isso, atualizamos nossos números dez vezes, atingindo uma média consistente de 1.100 transações por segundo com um tempo de autorização de 0,5 segundo”, segundo a publicação.
O produto foi apresentado ao Banco Central no final de março e não está certo que a solução deve ser adotada pelo Bacen. O relatório técnico completo pode ser conferido aqui.
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