O lançamento da JPM Coin, projeto de criptomoedas do gigante financeiro norte-americano JP Morgan, acendeu as luzes sobre uma mudança brusca em curso no sistema bancário, na qual as instituições financeiras devem rever suas posições para adequar-se à uma nova transformação na economia.
De olho neste furacão de transformação, para comentar sobre o assunto, o Criptomoedas Fácil conversou com a empresária Simone Abravanel, cofundadora do Pitaia Bank, que destacou que esta transformação no sistema bancário é “sem volta”. “Quem não se adaptar vai morrer”, disse ela, completando que pretende que seu empreendimento seja o “Itaú das criptomoedas”, numa referência ao banco nacional, um dos maiores do Brasil, e destaca que mesmo com o mercado em baixa, o Pitaia está em pleno crescimento.
“Eu quero ser o Itaú, mas com Bitcoin e blockchain mas, diferente dos bancos tradicionais, nós não cobramos e não vamos cobras tarifas de custódia. Somos um banco construído em uma nova era na qual as pessoas tem anseios e necessidades diferentes e queremos ajudar essas pessoas a evoluírem e proporcionar a elas uma base segura para realizarem seus anseios”, disse Abravanel.
A empresária destaca também que, para atingir esse objetivo, tem em sua equipe membros do mercado financeiro tradicional e que ajudaram a fundar grandes bancos nacionais.
“Estamos unindo a experiência de grandes pessoas do mercado tradicional com a agilidade e capacidade de inovação dos jovens que estão construindo este ecossistema cripto/blockchain. Tralhamos até 18 horas por dia para trazer uma solução completa para o mercado”, destaca.
Abravanel salientou ainda que deseja mudar a “lógica” por trás do Bitcoin enquanto um criptoativo usado apenas para especulação no mercado, para isso, vem trabalhando em soluções que possibilitam às pessoas usarem o BTC em todos os pagamentos diários, por meio de uma plataforma única, com usabilidade.
“Pense na mulher independente de hoje, que cuida dos filhos, da casa e ainda tem uma empresa ou trabalha fora. Ela não quer saber de chave privada, de tempo de espera em blockchain ou de digitar um endereço com 21 caracteres. Ela quer pagar suas contas, saber seu saldo e investir seu dinheiro de maneira simples em um lugar que ela possa ter segurança. Isso que estamos trabalhando. Queremos ser um banco, um hub completo de soluções para impulsionar, entre outros, a democratização dos criptoativos independente da alta ou da baixa”, afirma.
Como um alerta para os bancos, a empresária disse ao Criptomoedas Fácil que, independente da opinião de instituições tradicionais ou do governo, a economia vai passar por um processo de digitalização no qual o dinheiro físico vai perder espaço e estruturas como agências bancárias podem perder espaço para fintechs que possibilitam o “banco na palma da mão”.
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“As palavras do momento são agilidade e integração. Ninguém quer ligar para um SAC e aguardar aquela voz eletrônica ou aquela música, as pessoas querem ser atendidas por WhatsApp, por Facebook e nós já fazemos isso. Enquanto minha geração se acostumou a pegar filas para pagar contas, os millenials não aceitam nada que não seja ‘1 clique’. Grandes bancos já viram isso e têm se alinhado com fintechs, outros porém podem demorar demais para entender que, mais do que nunca, as relações financeiras estão atreladas à experiência social, portanto, quem não se adaptar, não importa o tamanho, vai sucumbir, basta ver a Blockbuster e a Netflix. Quem sabe no futuro, a mesma comparação não seja feita entre Itaú e Pitaia?”, finaliza.
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