A Polícia Federal indiciou Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, pelos crimes organização criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato, obtenção de ganhos ilícitos mediante especulações e emissão de título ou valores mobiliários sem registro prévio junto à autoridade competente.
Além do Sheik, a PF também indiciou outras cinco pessoas no inquérito que apura fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas. De acordo com o relatório, assinado pelo delegado da Polícia Federal Filipe Hille Pace, o esquema de Francisley deixou um prejuízo estimado em até R$ 1,15 bilhão.
Sheik dos Bitcoins
Conforme noticiou o CriptoFácil, Francisley foi preso, de forma preventiva, no dia 3 de novembro em Curitiba, onde vivia. De acordo com a PF, o suspeito teve a prisão preventiva decretada após descumprir medidas cautelares. Além do mandado de prisão, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele. Na ação, foram apreendidos itens de luxo e dispositivos eletrônicos.
Antes da prisão, Francisley estava respondendo pelos crimes em liberdade. Mas ele estava impedido de continuar gerindo as suas empresas. No entanto, a PF informou que o investigado realizou encontros em sua casa com os funcionários das empresas mesmo com a determinação. Isso mostrou, segundo a PF, “que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos”.
No indiciamento, a PF informou que o Sheik foi indicado por criar e integrar organização criminosa com atuação no Brasil e no exterior. As investigações contra o grupo apontam que os suspeitos promoviam fraudes por meio de várias plataformas digitais, bem como por meio de empresas de criptoativos e de marketing multinível. Tudo isso ocorria, segundo a polícia, “de forma estruturada e com divisão de tarefas”.
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A PF disse ainda que o grupo captava recursos das vítimas e oferecia em troca rendimentos acima dos praticados no mercado. Isso caracteriza, de acordo com a PF, uma armação para “apropriação indevida dos valores das vítimas”.
Detalhes do esquema
Natural de São Paulo, Francisley se estabeleceu em Curitiba onde criou uma empresa do ramo da tecnologia. A PF estima que hoje o investigado tenha mais de cem empresas por meio das quais ele aplicava o golpe. Com o dinheiro das vítimas, ele comprava imóveis, carros de luxo, embarcações, roupas de grife, joias, viagens, aviões. Além disso, fazia doações a igrejas.
No final do ano passado, o esquema do Sheik começou a colapsar e ele suspendeu os pagamentos aos clientes. Então, começaram a surgir denúncias contra ele a partir de março deste ano. Uma das possíveis vítimas do Sheik é Sasha Meneghel, que, segundo a PF, teve um prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão com o golpe.