Nesta semana, o Criptomoedas Fácil retorna com a série de entrevistas sobre as exchanges brasileiras, cujo objetivo é levar leitores mais informações sobre as empresas que atuam no mercado nacional e ajudá-los em sua decisão sobre qual delas utilizar para a compra e venda de seus criptoativos.
A entrevistada de hoje é com a NegocieCoins, uma das mais conhecidas exchanges do mercado nacional, que recentemente foi adquirida pelo Bitcoin Banco. Adriano César Gomes, gestor de marketing da exchange, forneceu mais detalhes sobre a história, trajetória atual, planos de longo prazo e a visão de mercado da NegocieCoins.
Perfil NegocieCoins
A NegocieCoins surgiu pelas mãos do programador paranaense Rodrigo Lullez, que fundou a plataforma da empresa no seu estado de origem. A criação da plataforma, segundo Gomes, foi resultado do interesse de Lullez por tecnologia e pelo mercado financeiro.
Foi em setembro de 2017, no entanto, que a NegocieCoins anunciou a operação que ajudaria a empresa a ser a maior exchange do Brasil em volume de negociação. Segundo Gomes: o Bitcoin Banco, banco sediado na cidade de Curitiba, realizou a compra da NegocieCoins. O gestor de marketing da empresa afirmou que a compra de uma exchange já fazia parte dos planos do presidente do Bitcoin Banco.
“O presidente da empresa é brasileiro, mas há 20 anos foi estudar na Suíça. Lá, formou-se na em Engenharia Eletrônica, Financeira e Design Gráfico e trabalhou nos principais bancos, onde teve os primeiros conhecimentos de movimentação de criptomoedas. Visionário e empreendedor, abriu uma série de empresas, mas seu foco passou a ser voltado para a abertura de uma Exchange no Brasil. E foi isso que fez. Veio para o Brasil, planejou o Bitcoin Banco, comprou a NegocieCoins e atualmente é também sócio de uma outra exchange, a Zater Capital”, afirmou Gomes.
Com a aquisição, a exchange experimentou um grande salto em termos de volume. Gomes afirmou que, da quinta posição em termos de volume de mercado, a NegocieCoins alcançou o primeiro lugar após a aquisição pelo banco.
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Funcionários, faturamento e crescimento
Após ter sido adquirida pelo Bitcoin Banco, a NegocieCoins passou a integrar um grupo de empresas que, assim como o mercado de criptoativos, experimentou um grande crescimento durante o ano de 2017.
“Começou com cinco funcionários. Hoje já são quase 100 e com novas empresas surgindo no Grupo, a expansão deste quadro não pára. Além disso, possuímos 50 mil clientes na plataforma da exchange”, disse Gomes.
Atualmente, a empresa trabalha com os principais ativos do mercado, como Bitcoin, Litecoin e Dash. Ela também fornece suporte para os ativos que surgiram dos hard forks do Bitcoin, como Bitcoin Cash e Bitcoin Gold.
O foco da empresa se mantém no mercado de negociação, o que faz com que a plataforma ofereça poucos serviços extras.
“Oferecemos um atendimento ágil para auxiliar e dar suporte aos clientes. Mas nosso negócio é a compra e venda de criptomoedas.”
Sobre o ticket médio de negociação na plataforma, a empresa afirmou que esse número costuma variar bastante. “Temos desde grandes investidores – que negociam de 3 a 10 bitcoins/dia, até profissionais liberais, estudantes e donas de casa”, disse o gestor de marketing.
A empresa possui metas ambiciosas para 2018 em termos de faturamento e movimentação financeira.
“A NegocieCoins pretende movimentar mais de R$6 bilhões em 2018. Apenas no mês de março, para se ter uma ideia, foram movimentados R$740 milhões.”
Desafios
Sobre os desafios do mercado, a NegocieCoins possui uma visão similar à de vários grandes players: os desafios de regulamentação e insegurança jurídicas são os principais temas que deverão ser enfrentados pelas empresas que atuam no setor. O relacionamento com bancos – que frequentemente têm fechado ou limitado as operações de contas das empresas – também foi apontado como um grande desafio.
Mesmo assim, a exchange mostrou otimismo com o futuro das discussões sobre regulamentação e citou o avanço nos debates nacionais e internacionais.
“O setor vem evoluindo. Os debates sobre a regulamentação das criptomoedas – tanto na Câmara dos Deputados quanto em instâncias internacionais como o G20 – sinalizam um avanço na forma como os governos e a sociedade encaram essa nova realidade tecnológica e financeira”, finalizou.