Uma das séries especiais lançadas em 2018 pelo Criptomoedas Fácil (CF) ganhou uma segunda edição: a Série Exchanges Brasileiras.
A série é formada por diversas entrevistas com exchanges do mercado brasileiro e tem como objetivo fornecer aos leitores do CF – potenciais clientes dessas empresas – um perfil das corretoras nacionais. O conhecimento desse perfil pode auxiliar o leitor a tomar a sua decisão a respeito de qual plataforma utilizar, quais as vantagens e riscos de cada uma, e também uma visão geral de cada empresa em relação ao mercado de criptoativos no Brasil
Nos quatro meses entre a primeira e a segunda parte da série, diversas exchanges novas surgiram no mercado. Cada uma delas busca apresentar particularidades e diferenciais com foco de atrair de novos clientes. Dessa vez, selecionamos cinco empresas que não estiveram na primeira série, a maioria delas exchanges surgidas recentemente, cada uma com diferenciais próprios.
A primeira entrevista da segunda parte da série é com a Coinext, empresa que faz parte da nova leva de exchanges que surgiram com o boom do mercado de criptoativos em 2017.
Para falar mais sobre a empresa, o CEO José Artur Ribeiro concedeu uma entrevista ao Criptomoedas Fácil. Confira!
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Criptomoedas Fácil: Olá, como surgiu a ideia de montar uma corretora de criptomoedas?
José Artur: José Artur, um dos sócios e o atual CEO da Coinext fez sua primeira transação de BTC em 2014. Mas somente em maio de 2017 começou, efetivamente, a operar no mercado fazendo arbitragem. Acostumado a utilizar as corretoras americanas e asiáticas, José Artur percebeu que faltavam nas Exchanges brasileiras dois diferenciais importantes: i) liquidez, ou seja, alto volume disponível no livro de ofertas a um preço justo do ativo, e; ii) ferramentas avançadas de trading como ‘Stop-Limit’ e API robusta para negociações automatizadas através de ‘robots’. Foi então, vendo esta oportunidade de mercado no Brasil, que convidou os atuais sócios Roberto e Ezequiel para investir neste mundo fascinante das criptomoedas. Em outubro de 2017, começaram a buscar um parceiro tecnológico para desenvolvimento da plataforma de ‘trading’, e buscar também parceiros ‘Market-makers’ capitalizados, brasileiros e estrangeiros, para prover liquidez e oferecer um mercado de criptomoedas mais dinâmico no Brasil.
CF: Quem são os fundadores? Qual o histórico profissional deles?
JA: José Artur Ribeiro: fundador e CEO da empresa. É economista formado pela Università di Roma (Itália) e MBA na Fundação Dom Cabral (Brasil). Possui mais de 15 anos de experiência em cargos de liderança. Foi CFO da Hexagon Mining e CFO da Vodafone Brasil. Trabalhou também em multinacionais como Airbus Industries (França) e PricewaterhouseCoopers (Itália e Brasil).
Roberto Oliveira é empreendedor, administrador, economista e apaixonado por criptomoedas, fez carreira internacional trabalhando em multinacionais como Tata Motors Inc. (Hungria) e PricewaterHouseCoopers (Itália). Empreende no mercado financeiro desde 2007 e atualmente é o responsável pelas áreas de operação e finanças da COINEXT.
Ezequiel de Melo Campos é mestre pela Faculdade de Direito da UFMG, é Professor Convidado da Fundação Dom Cabral, professor do LLM em Direito Corporativo do IBMEC, e autor de diversas obras. Ele é responsável pelo departamento jurídico da COINEXT, zelando pela política de uso, pelo programa de ‘compliance’, além dos aspectos societários, tributários e regulatórios da empresa.
CF: Quantos funcionários a exchange possuía quando surgiu e quantos funcionários possui agora?
JA: Éramos os três sócios e o Alexandre Gandra, nosso CTO, contratado logo no início da empresa para nos apoiar na escolha da tecnologia e no desenvolvimento da plataforma. Antes de colocarmos a plataforma no ar, foram contratados colaboradores para áreas de “Sucesso do Cliente”, “Financeiro”, “Marketing” e “R&D”. Hoje possuímos 16 colaboradores.
CF: Atualmente, quais criptomoedas são negociadas na plataforma?
JA: Bitcoin, Ethereum, Litecoin e, recentemente, lançamos a Ripple no livro de negociações.
CF: Existem planos para a inclusão de novas criptomoedas/tokens?
JA: Temos a intenção de lançar mais uma moeda até o fim do ano, muito provavelmente uma ‘stablecoin’ (ex. TrueUSD) para facilitar operações de arbitragem com Exchanges de fora do país. E estamos também analisando a demanda de mercado para decidirmos as próximas listagens. As mais bem cotadas são Eos, Stellar e Iota.
CF: A empresa oferece outros produtos além da negociação de criptomoedas? Quais?
JA: Não seria necessariamente um outro produto, mas oferecemos aos usuários a chance de indicar amigos e ganhar comissão sobre as taxas geradas nas negociações realizados pelo amigo indicado.
CF: Em um mercado como o de exchanges, onde a cada semana surge uma empresa com uma “proposta diferenciada”, quais os pontos que diferenciam a Coinext das demais exchanges?
JA: A confiança demonstrada pelo mercado em relação à Coinext tem se mostrado nosso principal diferencial até agora. Tivemos o cuidado de contratar seguro contra possíveis ataques cibernéticos à nossa ‘Hot-Wallet’. Investimos capital para oferecer ao mercado uma das melhores plataformas do mundo, a mesma utilizada por grandes Exchanges dos EUA e Europa. Entramos neste mercado pensando no longo prazo. Outro diferencial que tem nos surpreendido é nosso programa de afiliados. A ideia de compartilharmos os ganhos com os clientes que indicam a Coinext para amigos fez com que o número de novos clientes e o volume negociado mais que dobrasse no último mês. Tem usuários ganhando mais de R$1.600 por mês com o programa.
CF: Cerca de quantos clientes a corretora possui?
JA: A Exchange possui hoje, aproximadamente 30.000 clientes cadastrados, dos quais cerca de aproximadamente 10.000 são clientes considerados ativos. Ou seja, clientes que já fizeram algum deposito na Exchange.
CF: Qual o perfil médio dos clientes cadastrados na exchange? Idade, sexo, ticket médio.
JA: Cerca de 80% da nossa base de usuários são homens, de 20 a 34 anos de idade, sendo o ticket médio da base ativa de R$462,00 em negociações por dia.
CF: Qual a expectativa de faturamento da empresa para 2018?
JA: Por motivos estratégicos, não abrimos esta informação.
CF: Em sua sua opinião, quais são os principais riscos e desafios para as exchanges de criptomoedas no mercado brasileiro?
JA: O principal risco é, sem dúvida, o risco de ataque cibernético às carteiras de ativos. Esta é pauta diária de discussão da equipe técnica da Coinext e todas as medidas possíveis para mitigar este risco são tomadas. Não economizamos com segurança. Já os desafios são inúmeros e vou citá-los em ordem de criticidade: i) boicote dos bancos; ii) concorrência; iii) banimento de anúncios no Google e Facebook; iv) desinformação das autoridades e da população que enxergam as criptomoedas somente como ferramenta para atos ilícitos; e v) ICOs fraudulentos e/ou projetos não entregues conforme prometido acabam por desqualificar e impactam a credibilidade no mercado de criptomoedas como um todo.