Sam Bankman-Fried, o SBF, se declarou inocente das acusações de fraude no colapso da exchange FTX, conforme antecipou o CriptoFácil. Com isso, o ex-CEO da exchange ganhou pelo menos mais nove meses para organizar sua defesa.
De acordo com os autos do processo, o juiz distrital Lewis Kaplan marcou a data do julgamento para o início de outubro. Especificamente, para o dia 2 de outubro – Kaplan afirmou que o julgamento pode durar até quatro semanas.
A acusação afirma que SBF enganou os investidores ao canalizar os fundos que depositaram na FTX para seus fins pessoais e para as negociações da Alameda Research. No entanto, o CEO nega que tenha cometido fraude, embora admita que realizou má gestão com as suas empresas.
Outras acusações que ele enfrentou no Tribunal Federal de Manhattan incluíam fraude eletrônica e conspiração para lavagem de dinheiro. SBF de fato se declarou inocente de todas as acusações.
Enquanto o julgamento não ocorre, o tribunal deu ordem para que SBF não tenha autorização de acessar os fundos da FTX ou da Alameda. Esta condição está incluída entre as exigências do tribunal para o cumprimento da liberdade provisória do ex-executivo.
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Longe do dinheiro
O pedido para negar a SBF acesso aos fundos partiu da promotora adjunta Danielle Sassoon durante o julgamento em Manhattan, Nova Iorque. Sassoon, agindo em nome do governo, afirmou que manter SBF com a possibilidade de acesso poderia comprometer a segurança do dinheiro.
Nesse sentido, a promotora citou atividades suspeitas envolvendo carteiras vinculadas à Alameda que ocorreram na semana passada. Por exemplo, o ex-CEO da FTX supostamente sacou R$ 3,5 milhões em criptomoedas durante o período de prisão domiciliar.
Apenas alguns dias depois que Bankman-Fried foi libertado sob fiança, cerca de US$ 1,7 milhão em criptomoedas vinculadas à Alameda foram transferidos para mixers de criptomoedas. Não há provas da ligação de SBF com esses casos, mas Sassoon utilizou isso como base para o seu pedido
O juiz Kaplan concedeu a medida. Por meio do Twitter, SBF negou que tenha realizado qualquer transferência de fundos da FTX ou da Alameda.
Após sua prisão, SBF retornou aos EUA, onde conseguiu a liberdade provisória pagando uma fiança de US$ 250 milhões. O pagamento – a terceira maior fiança da história do país – lhe deu direito a esperar o julgamento em prisão domiciliar na casa dos seus pais.
Como parte de um contrato de fiança, a casa dos pais de SBF na Califórnia foi colocada como garantia do pagamento. O imóvel terá monitoramento eletrônico, prisão domiciliar, entre outras exigências, para garantir que SBF não tente fugir.
Se for condenado no julgamento marcado para 2 de outubro, SBF pode pegar uma pena total de 115 anos de prisão. Por outro lado, o ex-CEO da FTX ainda pode fechar um acordo e conseguir uma redução da sentença.